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Marcos se irrita com colegas e abandona treino
Após gritar com time e ser vazado duas vezes, goleiro demonstra desconforto na coxa direita, mas médico não confirma contusão
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um treino em campo reduzido, de oito contra oito, foi o palco da irritação do goleiro palmeirense Marcos. Após pedir
mais empenho ao seu time e sofrer dois gols, ele abandonou o
campo e foi para o vestiário.
Logo no início da atividade,
Marcos protestou contra o marasmo da equipe, que era mesclada com titulares e reservas.
"Vamos treinar um pouco, porra?!", esbravejou o arqueiro.
Depois de sofrer o primeiro
gol, Marcos chamou Diego Souza para orientá-lo na marcação.
O meia não ouviu, e Marcos falou o nome do jogador mais alto. Não levou um minuto, e o time sofreu o segundo gol. "Tô há
duas horas falando, porra!", gritou ele, enquanto buscava a bola no fundo do gol.
Imediatamente, Marcos disse "não vou mais treinar" e chamou Fernando Miranda, o preparador de goleiros do Palmeiras. Assim que deixou a meta, o
goleiro levou a mão à coxa direita, como se tivesse sentido
uma fisgada na região, e fez sinal com a mão pedindo para ser
substituído. Raphael Alemão,
um dos arqueiros reservas, entrou no seu lugar.
Em silêncio, Marcos andou
de cabeça baixa até o vestiário.
No meio do caminho, tirou as
duas luvas, com raiva.
Questionado sobre o episódio, Fernando Miranda disse
que o goleiro sentiu uma dor na
coxa. No entanto, o médico do
clube Otávio Vilhena não foi
chamado por Marcos para verificar a suposta lesão. "Ele só falou que ia entrar [no vestiário]", declarou Vilhena.
A reportagem também abordou o atacante Lenny, que participava do treino, e o técnico
Antônio Carlos. O primeiro minimizou o episódio. "É coisa de
treino, normal. Não tem nada
demais." O treinador falou que
foi informado de que Marcos
reclamara de dores.
A diretoria do clube afirmou
que primeiro iria tomar conhecimento do fato. "Não sei por
que ele saiu", disse o diretor de
futebol Seraphim Del Grande,
que estava no local. Ele falou
que iria conversar com Marcos.
A irritação do ídolo palmeirense acontece pouco mais de
20 dias após ele ter dito que iria
se aposentar antes do prazo
previsto em seu contrato.
Depois da derrota para o Santo André (3 a 1), no dia 3, Marcos afirmou que a torcida poderia ficar tranquila porque o sofrimento dela com ele no gol só
iria até o final do ano. Nos dias
seguintes, reforçou a ideia da
aposentadoria e pôs janeiro de
2011 como data-limite.
Segundo goleiro com mais jogos pelo Palmeiras (484), Marcos tem vínculo até o final do
ano que vem. O acordo firmado
em 2009 prevê mais três anos
de contrato como funcionário
-poderá atuar na comissão
técnica ou na diretoria.
A temporada atual tem sido
ingrata para o arqueiro, que só
não foi vazado em duas das 15
apresentações das quais participou. Levou 26 gols até aqui
(média de quase dois por jogo).
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