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São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 2003

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FUTEBOL

Após 27 dias inativo, time pede 15 minutos para pegar ritmo de jogo diante de adversário que selou rebaixamento

Palmeiras desafia ócio, pressão e algoz

RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

"Os primeiros 15 minutos vão ser muito difíceis. Vamos sentir a falta de jogo. Depois podemos nos encontrar em campo."
O pedido de Jair Picerni é sensato, afinal, o que é um quarto de hora para um time que ficou sem fazer um jogo oficial há 27 dias ou 648 horas ou 38.880 minutos?
Hoje, às 21h40, o Palmeiras recebe em campo o Vitória, algoz de seu rebaixamento em 2002, e recebe nas arquibancadas do Parque Antarctica sua torcida, revoltada pela falta contratações.
O jogo é válido pelas oitavas-de-final da Copa do Brasil, e oito partidas separam o time de uma vaga na prestigiosa Libertadores.
O ambiente no clube, porém, está longe dessas aspirações.
"É difícil se concentrar na Copa do Brasil com todo mundo lembrando todo o dia do rebaixamento e da Série B que teremos pela frente. Não dá para esquecer", confessa o volante Magrão.
Quem mais contribui para esse clima é a torcida. A Mancha Alviverde, maior organizada do clube, decidiu botar pressão no time e na diretoria quando fracassou a vinda do veterano Edmundo -negociação na qual a torcida entrou para convencer o atacante voltar.
Criticou jogadores como Neném, Leonardo e Índio, que serão titulares hoje e devem ser vaiados desde o anúncio de seus nomes no placar eletrônico do estádio.
Mais acostumado com os protestos, o presidente Mustafá Contursi continua afirmando que "o time é bom", apesar de todos declararem o contrário. Até Picerni, que voltou a pedir ontem mais duas contratações. "É nossa obrigação ganhar a Copa do Brasil e a Série B", diz o treinador.
Para hoje, ele escalará três volante (Adãozinho, Magrão e Correa) para segurar o rival baiano. "O Vitória é um time leve e rápido, temos de marcar como nunca", analisou. Mas Picerni sabe que a equipe precisa da vitória em casa porque é difícil vencer no Barradão, em Salvador, no jogo de volta na próxima semana.
Está fresca na memória a derrota por 4 a 3 do último 17 de novembro, que foi a pá de cal na campanha do rebaixamento no Brasileiro-2002. Os palmeirenses tentam tirar importância ao reencontro com os baianos. "Não foi aquele jogo que nos fez cair. Foi a campanha toda. Não existe revanche", desmente o goleiro Marcos.
A vingança parece começar só no sábado, quando o time estréia na Série B, contra o Brasiliense, em Brasília. "Podemos até vencer a Copa do Brasil, mas, se o time não voltar à primeira divisão, não vai valer nada", afirma Magrão.
Distante desse cenário está o Vitória, que desfruta de boa campanha na elite brasileira. Está na nona posição, ao lado do Grêmio.
Se o Palmeiras montou um esquema precavido, a equipe baiana não é diferente. Reforçou o esquema defensivo com três zagueiros. Para o técnico Joel Santana, a missão é conseguir um resultado que permita decidir na partida de volta a vaga nas quartas-de-final.
A zaga será formada por Marcelo Heleno, Aderaldo e Adaílton. Os dois primeiros estão descansados, afinal, não jogaram no fim de semana pelo Brasileiro porque estavam suspensos. Almir e Xavier, contundidos, não atuam. Já o meia Vander é dúvida: está sentindo dores no calcanhar e pode não jogar ao lado de Maurício.


Colaborou a Agência Folha

NA TV - Record, ao vivo, às 21h40, só para a Grande São Paulo


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