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FUTEBOL
Após 27 dias inativo, time pede 15 minutos para pegar ritmo de jogo diante de adversário que selou rebaixamento
Palmeiras desafia ócio, pressão e algoz
RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL
"Os primeiros 15 minutos vão
ser muito difíceis. Vamos sentir a
falta de jogo. Depois podemos
nos encontrar em campo."
O pedido de Jair Picerni é sensato, afinal, o que é um quarto de
hora para um time que ficou sem
fazer um jogo oficial há 27 dias ou
648 horas ou 38.880 minutos?
Hoje, às 21h40, o Palmeiras recebe em campo o Vitória, algoz de
seu rebaixamento em 2002, e recebe nas arquibancadas do Parque Antarctica sua torcida, revoltada pela falta contratações.
O jogo é válido pelas oitavas-de-final da Copa do Brasil, e oito partidas separam o time de uma vaga
na prestigiosa Libertadores.
O ambiente no clube, porém,
está longe dessas aspirações.
"É difícil se concentrar na Copa
do Brasil com todo mundo lembrando todo o dia do rebaixamento e da Série B que teremos
pela frente. Não dá para esquecer", confessa o volante Magrão.
Quem mais contribui para esse
clima é a torcida. A Mancha Alviverde, maior organizada do clube,
decidiu botar pressão no time e na
diretoria quando fracassou a vinda do veterano Edmundo -negociação na qual a torcida entrou
para convencer o atacante voltar.
Criticou jogadores como Neném, Leonardo e Índio, que serão
titulares hoje e devem ser vaiados
desde o anúncio de seus nomes
no placar eletrônico do estádio.
Mais acostumado com os protestos, o presidente Mustafá Contursi continua afirmando que "o
time é bom", apesar de todos declararem o contrário. Até Picerni,
que voltou a pedir ontem mais
duas contratações. "É nossa obrigação ganhar a Copa do Brasil e a
Série B", diz o treinador.
Para hoje, ele escalará três volante (Adãozinho, Magrão e Correa) para segurar o rival baiano.
"O Vitória é um time leve e rápido, temos de marcar como nunca", analisou. Mas Picerni sabe
que a equipe precisa da vitória em
casa porque é difícil vencer no
Barradão, em Salvador, no jogo
de volta na próxima semana.
Está fresca na memória a derrota por 4 a 3 do último 17 de novembro, que foi a pá de cal na
campanha do rebaixamento no
Brasileiro-2002. Os palmeirenses
tentam tirar importância ao reencontro com os baianos. "Não foi
aquele jogo que nos fez cair. Foi a
campanha toda. Não existe revanche", desmente o goleiro Marcos.
A vingança parece começar só
no sábado, quando o time estréia
na Série B, contra o Brasiliense,
em Brasília. "Podemos até vencer
a Copa do Brasil, mas, se o time
não voltar à primeira divisão, não
vai valer nada", afirma Magrão.
Distante desse cenário está o Vitória, que desfruta de boa campanha na elite brasileira. Está na nona posição, ao lado do Grêmio.
Se o Palmeiras montou um esquema precavido, a equipe baiana
não é diferente. Reforçou o esquema defensivo com três zagueiros.
Para o técnico Joel Santana, a missão é conseguir um resultado que
permita decidir na partida de volta a vaga nas quartas-de-final.
A zaga será formada por Marcelo Heleno, Aderaldo e Adaílton.
Os dois primeiros estão descansados, afinal, não jogaram no fim de
semana pelo Brasileiro porque estavam suspensos. Almir e Xavier,
contundidos, não atuam. Já o
meia Vander é dúvida: está sentindo dores no calcanhar e pode
não jogar ao lado de Maurício.
Colaborou a Agência Folha
NA TV - Record, ao vivo, às
21h40, só para a Grande
São Paulo
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