JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Pelé voltou às pressas da Suíça, onde tinha compromissos comerciais, para ser operado da vista esquerda no Hospital Israelita Albert Einstein.
O ex-jogador, 63, começou a perder a visão do olho esquerdo na manhã de segunda. Na quarta, como reclamava que o problema se agravara e só conseguia enxergar com o outro olho, consultou um oftalmologista, que diagnosticou descolamento de retina, e decidiu ser operado no Brasil.
Ele chegou ontem cedo a São Paulo, indo direto ao hospital, e foi operado pelos oftalmologistas Marcelo Cunha e Walter Takahashi, especialista em retina.
"Ele já era meu cliente. Quando percebeu que estava perdendo a visão do olho esquerdo, decidiu vir a São Paulo", disse Cunha. ""A operação durou duas horas, ele teve que tomar anestesia geral, mas tudo transcorreu da melhor forma possível. Estou muito satisfeito." Em seguida, acrescentou que Pelé teve alta ontem mesmo porque queria ir logo para casa.
"Não vimos problema, contanto que siga as recomendações de ficar dez dias em repouso." Só depois desse período Pelé poderá fazer uma avaliação de quanto de visão Pelé terá no olho esquerdo, já que é na retina que a imagem que chega ao cérebro se forma.
Segundo Ricardo Uras, oftalmologista da Unifesp, são várias as causas de um descolamento de retina. Entre elas, a miopia de grau médio ou alto.
"Desde 1969 o João Saldanha já dizia que o Pelé era míope [o então técnico da seleção achava que o jogador tinha dificuldades para cabecear e enxergar a bola no escuro], o que até gerou muita polêmica na época. Mas o alto grau de miopia certamente é um dos fatores que podem levar ao descolamento", explicou Uras.
Marcelo Cunha confirmou que Pelé é míope, mas se recusou a dizer quantos graus ele tem.
De acordo com Uras, quanto mais cedo for detectado o problema e mais rápida feita a cirurgia, maiores as chances de recuperação da visão do paciente.


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