LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL

Carlos Honorato, 29, venceu anteontem a categoria absoluta no Pan-Americano da Venezuela. Foi a segunda vez nos 52 anos de história da competição que um atleta do peso médio -cujo limite é 90 kg- sagrou-se campeão na categoria sem limite de peso.
Outro brasileiro, Walter Carmona, era o único que havia conseguido o feito, em 1980.
Na terça, o atleta do São Caetano, prata em Sydney-00, conquistara o título também em sua categoria. De quebra, ele saiu do torneio com o troféu ippon -pelo maior número de vitórias com a pontuação máxima- e com o prêmio de melhor judoca.
"Ganhar a absoluta foi até mais fácil que vencer a médio. Apesar da diferença de peso, levei a melhor graças à velocidade", disse à Folha ontem, antes de competir no torneio por equipes, no qual o Brasil ficou em terceiro no masculino e segundo no feminino.
Ele disse também que o fato de lutar contra judocas mais fortes e pesados não muda sua forma de competir. "O fato de eu ser mais leve que os adversários da absoluta não implica uma diminuição da pressão. Quero ganhar sempre, contra quem quer que seja."
Informado pela reportagem de que nem Aurélio Miguel, o maior nome do judô brasileiro, tem um título pan-americano na absoluta, Honorato minimizou o feito. "Não sei se ele teve a oportunidade de competir na categoria. Outros atletas da equipe também teriam conseguido vencer aqui."
O judoca, que logo após obter a vaga de titular da seleção prometeu a medalha de ouro em Atenas, disse que está no caminho para obtê-la. "Mesmo assim, ainda posso evoluir até a Olimpíada. Dá para melhorar o condicionamento físico e o aspecto tático do meu judô antes dos Jogos."
Com seis medalhas de ouro, quatro de prata e uma de bronze, o Brasil sagrou-se bicampeão da competição. A diferença entre esse título e o do ano passado, obtido em Salvador, foi a presença dos cubanos, os maiores rivais do judô brasileiro no continente.


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