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COPA 2006
Finalista da 1ª Copa prevê apuro ao Brasil
Francisco Varallo, argentino que esteve na decisão em 1930, diz que favorito sempre sofre com pressão
Anos de Copa
do Mundo despertam sensações
paradoxais em
Francisco Varallo.
Por um lado, o
fato de o esporte
pelo qual é apaixonado ficar em
evidência traz alegria. O campeonato, contudo, sempre ressuscita fantasmas que ele já
gostaria de ter esquecido.
Aos 96 anos, o
ex-atacante é o
único vivo dentre
os que disputaram
a final do primeiro
Mundial da Fifa.
O calendário
marcava 30 de julho de 1930. Sua
Argentina saiu na
frente, mas sucumbiu aos uruguaios, que jogavam em casa. "Como posso não
lembrar daquele 4
a 2? Foi a derrota
mais dolorida que
sofri em toda a minha vida."
Varallo acredita que seu time
era o melhor da época, o mais
bem preparado, mesma condição
atribuída agora ao elenco que
Carlos Alberto Parreira comanda.
Assim, o ex-atleta gosta de rememorar situações que podem servir
como alerta para o selecionado
brasileiro que vai à Alemanha.
"Lembro que, após o primeiro
jogo da Copa de 30, contra a França, a torcida atirou até pedra na
gente. Já sabiam que nós poderíamos acabar como campeões. Claro que hoje em dia
ninguém vai fazer
isso. Mas a pressão será imensa.
Atrapalha muito."
A medalha de
prata que ganhou
no primeiro Mundial foi roubada
anos atrás. Não
era tão importante, diz Varallo, como os títulos que
obteve pelo Boca
Juniors, clube no
qual cumpriu sua
carreira como
profissional. Lá,
ergueu a taça do
Nacional em quatro oportunidades
-1929, 31, 34 e 35.
Marcou 181 gols.
Já a trajetória na
seleção Argentina,
iniciada naquele
fatídico 1930, durou sete anos. A
glória máxima
ocorreu no Sul-Americano de 37,
quando seu escrete terminou como
campeão.
Por duas vezes, o Brasil cruzou o
seu caminho no certame -uma
delas na decisão. E, em ambas,
Varallo jogou bem e contribuiu
para o triunfo de seus companheiros. "Lembro que um zagueiro chamado Jaú judiou de minhas
canelas. Como batia aquele homem! Mas não tinha jeito, éramos
muito superiores. Naqueles tempos, a seleção brasileira não era
essa potência que é hoje."
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