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Milionária, CBF toma receita de clubes da B
TV desconta R$ 4 milhões, que vão para confederação
EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC
MARTÍN FERNANDEZ
DA REPORTAGEM LOCAL
No ano em que deve bater todos os recordes de arrecadação,
a CBF vai jogar pesado contra
os endividados clubes da Série
B. No contrato a que os times
aderiram para ter suas partidas
exibidas na televisão, a entidade presidida por Ricardo Teixeira vai descontar pelo menos
R$ 4 milhões do acordo que
tem validade até 2014.
O parágrafo único da cláusula 10 estabelece: "A cessionária
[Globo] antecipará à CBF em
cinco parcelas iguais e sucessivas, com vencimento nos dias
20 dos meses de março, abril,
maio, junho e julho de 2009, o
montante de R$ 4 milhões".
A Folha procurou a CBF para saber o motivo da antecipação, mas não obteve resposta.
O que é certo é que, neste
ano, o contrato de R$ 19 milhões terá desconto na primeira parcela de R$ 800 mil, o que
incidirá diretamente na receita
líquida dos clubes. Outros R$ 4
milhões já foram descontados
por "passivo existente de temporadas passadas e referentes a
antecipações em dinheiro feitas pela cessionária".
Quando a FBA, que geria a
Série B até 2008, foi extinta,
tornaram-se públicas duas dívidas da associação: uma com a
CBF, de R$ 2,8 milhões, e outra
com o Clube dos 13, de R$ 2,4
milhões. Até agora, o C13 não
recebeu um centavo. A entidade dirigida por Fábio Koff se
reúne hoje com os times da Segundona para tentar rever os
valores do contrato com a TV.
Descontadas as dívidas com
CBF e Globo, cada clube receberá pelo campeonato cerca de
R$ 800 mil. O valor equivale a
4% do contrato da primeira divisão, que está em cerca de R$
500 milhões por ano.
O contrato da Série B foi o estopim da discórdia entre Fábio
Koff e Ricardo Teixeira. O gaúcho se negou a assinar, em
2009, o atual acordo.
Como troco, o presidente da
CBF lançou, com apoio da Globo, o flamenguista Kléber Leite
à presidência do C13, derrotado por Koff por 12 a 8.
A segunda divisão virou objeto de desejo de Teixeira e de
Koff na disputa pelo poder. Os
clubes já anunciaram que não
aceitarão o acordo atual com a
Globo. Por isso, ouvirão as propostas de Koff e de Teixeira.
Teixeira telefonou para presidentes de clubes. O interesse
repentino no torneio gerou até
situações engraçadas. Um presidente de clube, que jamais
havia recebido telefonema de
Teixeira, achou que era trote.
O presidente do Sport, Silvio
Guimarães, foi questionado pelo mandatário da CBF sobre o
que ele precisava. Ouviu: "Presidente, preciso de um prato de
feijão e um pedacinho de pão".
Enquanto os clubes pequenos "choram" por mais verba, a
CBF vai faturar, só com parceiros, R$ 214 milhões em 2010.
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