São Paulo, domingo, 23 de maio de 2010

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Atletismo reaparece no Engenhão

GP Brasil de hoje é apenas a terceira competição da modalidade no local desde o Pan de 2007

DANIEL BRITO
DE SÃO PAULO

O Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, que ostenta a melhor pista de atletismo da cidade-sede da Olimpíada de 2016, abriga hoje sua terceira competição da categoria desde 2007, ano em que foi inaugurado.
O GP Brasil de atletismo, parte do calendário de meetings do Desafio Internacional da Iaaf (Federação Internacional de Atletismo), começa às 8h na pista e no campo do Engenhão, no Rio.
O Engenhão foi construído para sediar o atletismo dos Jogos Pan-Americanos de 2007 e custou R$ 380 milhões. Mas o montante da obra é inversamente proporcional à frequência de eventos da modalidade desde que a arena foi inaugurada.
Somente duas competições de atletismo foram realizadas ali, ambas em 2009, desde que foram encerrados os Jogos Parapan-Americanos no Rio de Janeiro, disputados em agosto de 2007.
As atividades no estádio se resumiram aos jogos de futebol do Botafogo, para quem a praça foi arrendada em comodato até agosto de 2027.
O clube afirma que jamais se opôs à realização de provas de atletismo na pista, considerada uma das mais modernas do Brasil.
"É ponto pacífico na diretoria atual do Botafogo que o atletismo continue no Engenhão", afirmou Miguel Ângelo da Luz, diretor de esportes olímpicos do clube carioca.
"Desde que não choque as datas com as rodadas do Campeonato Brasileiro, está tudo bem", emendou.
A CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) afirma que uma entidade da modalidade não é capaz de manter um estádio do tamanho do Engenhão em atividade constante e bem conservado.
"Esses estádios grandes são um problema", lamentou Martinho Nobre, superintendente técnico da CBAt.
"Até o Ninho do Pássaro, em Pequim, virou um elefante branco", comparou, referindo-se ao suntuoso estádio palco do atletismo e das cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos de 2008.
O dirigente estima que o custo para a realização de um GP como o de hoje no estádio supera a cifra de R$ 100 mil.
"O Botafogo só consegue conservá-lo por causa da renda com a venda de ingressos", justificou Nobre.
O time, porém, teve só a 24ª média de público de 2009, com 9.572 pagantes por jogo, pior desempenho entre os grandes clube do Rio. A estatística rendeu ao estádio, que comporta cerca de 46 mil pessoas, a pecha de "Vazião", dada pelos rivais.
Por causa da realização do GP Brasil de atletismo, o Botafogo teve que antecipar o horário do jogo contra o Goiás das 18h30 para as 16h.


NA TV
GP Brasil de atletismo
9h30 Globo



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