FÁBIO ZAMBELI
DA REPORTAGEM LOCAL

Vasco e Flamengo iniciam hoje a decisão do Campeonato Nacional masculino de basquete em um confronto inédito que consolida a atual supremacia carioca na modalidade, após um jejum de 33 anos sem títulos.
O único triunfo do Rio no torneio ocorreu em 1967, com o Botafogo. Em outras oito ocasiões times cariocas chegaram à decisão, mas não obtiveram êxito.
Mas, apesar de virar a "capital do basquete" por alguns dias, o Rio ainda não conseguiu emplacar novos talentos na decisão.
Todos os dez titulares que entrarão em quadra hoje, às 21h, no Maracanãzinho, diante das fanáticas torcidas rubro-negra e vascaína, ganharam projeção no basquete em times de São Paulo.
Parte deles "migrou" para o Rio de Janeiro atrás dos investimentos maciços feitos por clubes cariocas (leia texto abaixo).
A decisão com sotaque paulista terá, no entanto, vários ingredientes bastante atraentes.
O confronto vai opor estilos de jogo diferentes e colocará em ação os principais ídolos da modalidade no país.
O Vasco, seguindo a cartilha do treinador Hélio Rubens Garcia, tem a melhor defesa da competição, com 78,6 pontos sofridos, em média, por partida.
O Flamengo, liderado pelo veterano cestinha Oscar Schmidt, ostenta a melhor performance ofensiva, com média de 100,5 pontos convertidos por jogo.
Com elenco e comissão técnica "importados" de Franca (SP), os vascaínos chegam à decisão após um duro duelo nas semifinais. O time carioca precisou de cinco jogos para eliminar o Marathon/ Franca. A quinta e decisiva partida, realizada na terça-feira, teve três prorrogações e durou 2h40.
"Estamos nos poupando nos treinos para evitar que o desgaste físico afete nosso desempenho em quadra", afirmou o técnico Hélio Rubens, ontem.
Nas quartas-de-final, o Vasco vencera o Londrina-Sercomtel, do Paraná, por 3 jogos a 1.
O Flamengo teve caminho inverso para garantir vaga na final. Primeiro, um confronto desgastante na primeira rodada do mata-mata com o Casa Branca (SP) -derrotou os rivais por 3 a 2.
Depois, na fase semifinal, passou pela Unit, de Uberlândia (MG), principal surpresa do torneio, por 3 jogos a 0.
A classificação precoce deixou o time inativo por nove dias.
"Não acredito que o time seja prejudicado pela inatividade. Estamos concentrados na final e tivemos tempo para nos preparar", disse o técnico Claudio Mortari.
Para o principal jogador do time, o ala Oscar, 42, o equilíbrio deve prevalecer. "Flamengo e Vasco chegam com méritos e justificam plenamente o investimento das equipes. Agora ninguém pode falar em favorito, porque esta decisão é um campeonato à parte", declarou o cestinha.

Arbitragem
Depois do tumulto no jogo de terça-feira entre Vasco e Franca, a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) decidiu retirar da escala das primeiras partidas das finais a dupla de arbitragem gaúcha formada por Marcelo Ávila e Luiz Fernando Santoro.
Eles foram criticados pelo time de Franca, que foi eliminado do torneio após duas decisões polêmicas da dupla. O técnico da equipe paulista, Daniel Wattfy, chegou a agredir Ávila com um soco, e a CBB ainda estuda qual será a punição para o treinador.
Foram escalados para o jogo de hoje os árbitros José Augusto Piovesan, de São Paulo, e Cristiano Maranho, do Paraná.
NA TV - Sportv, ao vivo, às 21h


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