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ATLETISMO
Tim Montgomery, dos 100 m, usa substâncias proibidas há quatro anos, relata agência antidoping dos EUA
Recordista mundial é acusado de usar coquetel de drogas
DA REPORTAGEM LOCAL
Se quiser se alinhar na pista de
Atenas para buscar o ouro olímpico, Tim Montgomery, detentor
do recorde mundial dos 100 m, terá de refutar uma série de evidências que o colocam no centro do
escândalo de doping nos EUA.
Documentos da Usada (agência
antidoping do país) mostram que
o velocista usou um coquetel com
cinco substâncias proibidas, entre
elas EPO, hormônio de crescimento e insulina, a partir de 2000.
Montgomery é dono do recorde
da prova mais rápida do atletismo
desde setembro de 2002 (9s78).
As evidências contra ele ainda
incluem amostras de urina e sangue do atleta que teriam testado
positivo para doping, anotações a
mão sobre vários esteróides, calendários com ciclos de uso de
substâncias, pagamentos de laboratórios e correspondências.
"As provas são insuficientes.
Mas a suspeita já é suficiente para
acabar com a reputação de qualquer atleta", disse a advogada de
Montgomery, Cristina Arguedas.
As evidências foram compiladas em cartas enviadas em 7 de junho a Montgomery e a outros três
atletas americanos suspeitos
(Chryste Gaines, bicampeã olímpica do revezamento 4 x 100 m,
Michelle Collins, campeã mundial indoor dos 200 m em 2003, e
Alvin Harrison, medalha de prata
nos 400 m rasos em Sydney-2000). O conteúdo delas foi publicado na edição de ontem do diário "Los Angeles Times".
A resposta às cartas era aguardada até sexta. A Usada, no entanto, não informou se as recebeu. A
agência quer marcar reunião nesta semana para discutir os casos.
A agência antidoping afirmou
ainda que, além das provas materiais, possui o depoimento de
uma pessoa não identificada que
teria ouvido Montgomery admitir
o uso do esteróide THG.
Tim Montgomery, 29, é suspeito de ter feito parte de um projeto
batizado de Recorde Mundial. O
plano, iniciado no fim de 2000, visava transformá-lo em um atleta
fora do comum e foi elaborado
por cinco pessoas, entre elas o técnico canadense Charlie Francis,
de Ben Johnson, ex-recordista
mundial dos 100 m e banido do
esporte por uso de doping.
A ingestão do THG faria parte
do programa. O produto teria sido fornecido pela empresa Balco,
que sintetiza o esteróide, e foi pivô
do escândalo nos EUA.
A descoberta da substância, no
fim do ano passado, serviu de estopim para virem à tona uma série de casos envolvendo atletas
dos EUA, que formam a equipe
com maior número de medalhas
no atletismo em Olimpíadas.
Na tentativa de "limpar" o nome do esporte do país, o governo
americano, o comitê olímpico nacional e a Usada iniciaram uma
série de investigações.
Um dos resultados foi a suspensão por dois anos da velocista Kelli White, que não havia sido flagrada em exame antidoping. A
ação foi baseada em evidências e
na confissão da atleta.
As investigações também apontaram para Marion Jones. Dona
de três ouros em Sydney-2000, a
principal atleta dos EUA é suspeita de ter ligações com a Balco.
A velocista, mulher de Montgomery, passou até por um detector
de mentiras para provar inocência. Foi absolvida pelo aparelho,
mas segue na mira da Usada.
Com agências internacionais
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