São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 2011

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TRI

Com gol de Neymar e Ganso como cérebro do time, Santos consagra seus novos meninos e volta a vencer a Libertadores sob aplausos de Pelé

Daniel Marenco/Folhapress
Edu Dracena levanta a taça

Santos 2
Neymar, aos 2min, e Danilo, aos 23min do 2º tempo

Peñarol 1
Durval (contra), aos 41min do 2º tempo

LEONARDO LOURENÇO
RODRIGO BUENO
RODRIGO MATTOS

DE SÃO PAULO

Quando Ganso tocou de letra para Arouca, o volante limpou um defensor do Peñarol e rolou para Neymar.
Não poderia ser outro.
Ao tocar a rede do goleiro Sosa, a um minuto e 26 segundos do segundo tempo, a bola que abriu o caminho do tricampeonato santista na Libertadores se tornou também a síntese da equipe.
O talento sobre a força, a organização tática e o poder decisivo de um jogador raro.
Tudo isso aos olhos de Pelé, que, das tribunas, deixou de lado seu papel de garoto- -propaganda do principal patrocinador do torneio e vibrou como se fosse 1962 ou 1963, quando o Santos, na era que leva seu nome, conquistou duas taças do mais importante interclubes do continente americano.
O gol de Danilo, mais tarde, cravou nos santistas a certeza da conquista que esperaram por 48 anos. Nem a bola espirrada por Durval, no tento de honra do Peñarol, diminuiu a festa em que se transformou a etapa final.
Isso depois de um primeiro tempo tenso, como foi o 0 a 0 em Montevidéu, no jogo de ida, há uma semana.
Com os nervos sob controle, o Santos deixou clara a diferença entre as duas equipes. Ganso teve papel importante nesse momento. Cerebral, após 45 dias se recuperando de uma lesão na coxa, aguentou até os últimos minutos do jogo. Substituído, deixou o campo ovacionado pela torcida. Mas não foi sempre assim.
O Santos patinou no início da competição. Viajou para o Paraguai, na penúltima rodada da fase de grupos, sob risco de ser eliminado.
A campanha ruim nos primeiros jogos obrigava a equipe, com Muricy Ramalho estreando no torneio, a vencer o Cerro Porteño.
Venceu, foi para os mata- -matas e encantou. Não como em 2010, com goleadas e espetáculo. Muricy implantou a segurança que o time não conhecia. Fez a equipe se preocupar também em marcar. Inverteu o tão propagado DNA ofensivo santista.
A importância do técnico foi sentida quando Pelé, em seu chamativo terno vermelho, levou-o pelas mãos ao centro do campo para ser saudado pelo torcedores.
Em seu currículo vitorioso, só faltava a Libertadores.
Os uruguaios, por sua vez, não suportaram o revés. Perderam a chance de vencer a sexta Libertadores e perderam, também, a cabeça.
Assim que o juiz apitou o fim da partida, partiram para a briga com os santistas.
A resposta se ouviu alto das arquibancadas, no verso marcante do hino do time da Vila. "Nascer, viver e no Santos morrer, é um orgulho que nem todos podem ter", ensinaram as 40 mil vozes que testemunharam a reconquista santista da América.


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