São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 2011

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Privilégio

Em seu torneio de estreia na seleção, Mano leva vantagem sobre seus antecessores e contará com os 23 preferidos na Copa América

MARTÍN FERNANDEZ
SÉRGIO RANGEL

ENVIADOS ESPECIAIS A LOS CARDALES

O técnico Mano Menezes vai ter um grande privilégio em relação a seus antecessores. Contará com os 23 jogadores que considera os melhores para disputar a Copa América da Argentina.
O torneio continental, primeiro compromisso oficial do técnico gaúcho com a seleção, é historicamente ignorada por craques brasileiros e seus "donos" europeus.
Ainda assim, sem contar com seus principais astros -às vezes jogando até com uma seleção B-, o Brasil construiu uma recente hegemonia na competição.
Ganhou quatro das últimas cinco Copas Américas mesmo com desfalques. Só falhou em 2001, quando a Colômbia venceu em casa.
"Para mim, é uma honra estar aqui, conviver com este grupo. Seleção é sempre um patamar maior", disse o goleiro Júlio César ontem.
A CBF não quis obrigar os jogadores que atuam na Europa (16 dos 23 convocados) a emendar a temporada nos clubes com os treinos na seleção. Por isso, deu férias de duas semanas aos atletas.
Das 12 seleções que disputam a Copa América, o Brasil foi a que começou sua preparação mais tarde. O primeiro treinou ocorreu ontem, a 11 dias da estreia, que será contra a Venezuela, no dia 3.
Hoje, no final da tarde, juntam-se ao grupo que está na Argentina os santistas Elano, Paulo Henrique Ganso e Neymar, que ontem conquistaram a Taça Libertadores em cima do uruguaio Peñarol, no Pacaembu.
O Brasil sofre com baixas -voluntárias ou não- desde a Copa América de 1999.
Naquele ano, o goleiro Taffarel e o meia Leonardo não quiseram jogar o torneio no Paraguai, vencido pelo Brasil de Vanderlei Luxemburgo.
Em 2001, Mauro Silva foi o exemplo mais gritante. O volante se recusou a embarcar para a Colômbia, que então atravessava uma grave crise de segurança pública.
A equipe de Luiz Felipe Scolari foi eliminada por Honduras nas quartas.
Três anos depois, Parreira levou um "time B" para o Peru e foi campeão. A seleção disputava as eliminatórias da Copa ao mesmo tempo, e o técnico deu descanso a Ronaldo, Ronaldinho, Kaká, Cafu e Roberto Carlos.
Em 2007, Kaká e Ronaldinho não quiseram ir com Dunga para a Venezuela.
Na conquista brasileira, brilharam jogadores como Doni e Júlio Baptista, que, mesmo em baixa três anos depois, garantiram seus lugares na Copa da África.


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