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vai e volta
Corinthians recusa demissão de técnico
Depois do fracasso diante do Náutico, Carpegiani entrega cargo no vestiário, mas diretoria o convence a permanecer
Corinthians 0
Náutico 3
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
A sétima partida seguida sem
vitória foi demais para Paulo
César Carpegiani. O técnico do
Corinthians ensaiou ontem no
Morumbi o seu adeus, logo depois de o time ser derrotado em
pleno Morumbi pelo lanterna
do Brasileiro, o Náutico, e ter se
consolidado como um dos últimos colocados do Nacional (17º
lugar, com 14 pontos).
Após os 3 a 0 contra o Náutico, Carpegiani pediu demissão
nos vestiários do estádio. A diretoria do clube não aceitou a
saída do treinador e o convenceu a ficar no cargo. Pelo menos
até quarta, no jogo contra o Figueirense, em Florianópolis.
O vice de futebol, Rubens Gomes, afirmou que não haverá
demissão do treinador. Mas a
postura de Carpegiani na entrevista coletiva foi outra.
Abatido, ele falou que se sentia totalmente responsabilizado pela má campanha corintiana e em momento nenhum disse que continuaria no cargo, caso o clube quisesse. "Eu não teria condições de responder isso
agora. Não me apego a cargos.
E, se tivesse que dar um passo
atrás, não teria problema."
Chamado de "burro" por parte da torcida que foi ao Morumbi, Carpegiani assumiu o ônus.
"A responsabilidade é toda minha. Tínhamos tudo para uma
reação. Jogo em casa, contra o
último do campeonato. Mas a
equipe está com dificuldade de
sair dessa pressão", disse.
Já Gomes defendeu a permanência do treinador que contratou. "Ele continua. Tem que
parar com essa cultura de que
quando o time perde a responsabilidade é do técnico. Ele passa trabalho para os caras [jogadores]", disse o cartola. "Será
uma surpresa se ele sair. Quando nós o contratamos, fizemos
um planejamento."
Os jogadores deixaram o Morumbi sem querer conceder entrevistas. Apenas Vampeta topou falar. "Não acho que trocar
de técnico vá resolver. O problema não é porque o time perde, mas como se perde", disse o
volante, que, pela primeira vez,
foi relacionado para um jogo.
A derrota que fez eclodir a
crise corintiana às vésperas de
importantes decisões políticas
no clube se anunciou desde o
início da partida, quando o zagueiro Fábio cometeu seu primeiro erro, que quase terminou em gol do Náutico.
O zagueiro, entretanto, deu
outra chance aos visitantes,
que não desperdiçaram. Ferreira abriu o placar depois de
bobeira do defensor corintiano,
no fim do primeiro tempo.
Na segunda etapa, a tragédia
só se confirmou. Betão, contra,
pôs 2 a 0 no marcador. E, no fim
do duelo, quando a torcida já
protestava, indignada, contra
time, treinador e diretoria, Felipe, do Náutico, marcou outro,
em nova bobeada da defesa,
desta vez de Zelão.
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