São Paulo, segunda-feira, 23 de julho de 2007

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vai e volta

Corinthians recusa demissão de técnico

Depois do fracasso diante do Náutico, Carpegiani entrega cargo no vestiário, mas diretoria o convence a permanecer

Corinthians 0
Náutico 3

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A sétima partida seguida sem vitória foi demais para Paulo César Carpegiani. O técnico do Corinthians ensaiou ontem no Morumbi o seu adeus, logo depois de o time ser derrotado em pleno Morumbi pelo lanterna do Brasileiro, o Náutico, e ter se consolidado como um dos últimos colocados do Nacional (17º lugar, com 14 pontos).
Após os 3 a 0 contra o Náutico, Carpegiani pediu demissão nos vestiários do estádio. A diretoria do clube não aceitou a saída do treinador e o convenceu a ficar no cargo. Pelo menos até quarta, no jogo contra o Figueirense, em Florianópolis.
O vice de futebol, Rubens Gomes, afirmou que não haverá demissão do treinador. Mas a postura de Carpegiani na entrevista coletiva foi outra.
Abatido, ele falou que se sentia totalmente responsabilizado pela má campanha corintiana e em momento nenhum disse que continuaria no cargo, caso o clube quisesse. "Eu não teria condições de responder isso agora. Não me apego a cargos. E, se tivesse que dar um passo atrás, não teria problema."
Chamado de "burro" por parte da torcida que foi ao Morumbi, Carpegiani assumiu o ônus. "A responsabilidade é toda minha. Tínhamos tudo para uma reação. Jogo em casa, contra o último do campeonato. Mas a equipe está com dificuldade de sair dessa pressão", disse.
Já Gomes defendeu a permanência do treinador que contratou. "Ele continua. Tem que parar com essa cultura de que quando o time perde a responsabilidade é do técnico. Ele passa trabalho para os caras [jogadores]", disse o cartola. "Será uma surpresa se ele sair. Quando nós o contratamos, fizemos um planejamento."
Os jogadores deixaram o Morumbi sem querer conceder entrevistas. Apenas Vampeta topou falar. "Não acho que trocar de técnico vá resolver. O problema não é porque o time perde, mas como se perde", disse o volante, que, pela primeira vez, foi relacionado para um jogo.
A derrota que fez eclodir a crise corintiana às vésperas de importantes decisões políticas no clube se anunciou desde o início da partida, quando o zagueiro Fábio cometeu seu primeiro erro, que quase terminou em gol do Náutico.
O zagueiro, entretanto, deu outra chance aos visitantes, que não desperdiçaram. Ferreira abriu o placar depois de bobeira do defensor corintiano, no fim do primeiro tempo.
Na segunda etapa, a tragédia só se confirmou. Betão, contra, pôs 2 a 0 no marcador. E, no fim do duelo, quando a torcida já protestava, indignada, contra time, treinador e diretoria, Felipe, do Náutico, marcou outro, em nova bobeada da defesa, desta vez de Zelão.


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