Massa, que perdeu a liderança de prova na Alemanha perto do fim, escuta pito de Alonso e retruca

Espanhol fica a 2 pontos do líder do Mundial de F-1, Hamilton, após triunfar na corrida mais emocionante do ano; brasileiro está em 3º

DA REPORTAGEM LOCAL

O GP da Europa ontem teve de tudo. Teve chuva pela primeira vez na temporada. Teve duas largadas, ultrapassagens e acidentes. Teve recorde de pilotos liderando a prova -cinco- e Spyker na liderança. Teve Felipe Massa a quatro voltas de ganhar. Teve a vitória de Fernando Alonso, que bateu boca depois com o brasileiro.
Foi graças à chuva, que transformou o início da corrida em um caos, que Alonso pôde ultrapassar o ferrarista, chegar à 18ª vitória em sua carreira e diminuir de 12 para 2 pontos sua desvantagem para Lewis Hamilton no Mundial de F-1.
"Esta vitória foi muito importante para o campeonato. Quando você vence e seus principais concorrentes terminam em segundo ou terceiro, sua desvantagem não diminui muito", disse o espanhol, que vibrou muito no pódio, ao lado de Massa, o segundo, e Mark Webber, da Red Bull, o terceiro.
Mas, mais feliz do que pela vitória, que acabou com a série de dois triunfos seguidos da Ferrari, Alonso estava contente por ter visto Hamilton e Kimi Raikkonen não pontuarem em Nurburgring, o que deixou a disputa pelo título novamente aberta a sete corridas para o encerramento da temporada.
"A corrida foi muito empolgante, tanto para dirigir como para ver, apesar das condições difíceis que enfrentamos", falou Alonso. "As três primeiras voltas foram inacreditáveis."
E foram mesmo. A largada foi dada com pista seca. Pole, Raikkonen manteve-se na ponta. Massa, que largou em terceiro, partiu para cima de Alonso, que saiu em segundo, e ganhou a posição do piloto da McLaren.
Na metade da primeira volta, começou a chover forte no circuito alemão. Sem conseguir ficar na pista com pneus para seco, os pilotos tiveram que parar. Raikkonen foi o primeiro, mas viu sua Ferrari escapar na entrada dos boxes e foi obrigado a dar outra volta na pista encharcada com pneus para seco.
Massa e Alonso, que vinham logo atrás, aproveitaram o erro do finlandês e pararam para suas trocas. Mas na quarta volta, mesmo com todos já tendo trocado seus pneus, a chuva era muito forte, e os acidentes começaram. Numa mesma curva, foram seis os pilotos que perderam o controle do carro. Nesse momento, a direção da prova resolveu interromper o GP e esperar melhores condições.
Depois de 22 minutos de interrupção, a corrida foi retomada com o safety car na pista. A relargada só aconteceu na oitava volta, com Massa na frente, seguido por Alonso. Sem chover, a pista começou a secar.
Raikkonen, que a essa altura estava em sexto lugar, foi o primeiro dos pilotos de ponta a parar para colocar pneus para seco novamente, na 11ª volta. No giro seguinte, Massa e Alonso também pararam, e o finlandês alcançou a terceira colocação.
As posições permaneceram essas até a metade da corrida. Raikkonen, que vinha pressionando Alonso pelo segundo lugar, errou. E, algumas voltas depois, seu carro perdeu rendimento até parar na pista.
Após nova rodada de pits, Massa continuava na ponta sem ser ameaçado pelo piloto da McLaren. Na 50ª volta, tinha 4s4 de folga para Alonso.
Mas, dois giros depois, voltou a chover fraco. Os pilotos foram obrigados a parar mais uma vez para poder completar a prova.
E foi exatamente aí que a corrida trocou de mãos. Alonso voltou com o carro melhor e partiu para cima de Massa, que resistiu por duas voltas à pressão, até não ter mais condições.
Os dois carros se tocaram antes que o espanhol assumisse a liderança, o que provocou enorme discussão após o GP.
"Eu não sei direito o que aconteceu. Meu carro estava se comportando bem na chuva, mas aí veio a parada. O jogo de pneus que eu coloquei estava vibrando muito, e não consegui mais manter o ritmo", lamentou Massa, que, como consolo, reassumiu o terceiro posto no Mundial de Pilotos e voltou a ficar na frente de Raikkonen, seu companheiro de Ferrari. "Foi uma pena a chuva voltar, porque eu estava no controle."