Escuderias têm 2 semanas de folga depois da Hungria

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A BUDAPESTE

Quando a FIA divulgou o calendário de 2009, com três finais de semana sem F-1 após o GP da Hungria, todos os times da categoria festejaram.
Em tempos de crise, a ideia de passar alguns dias sem trabalhar para economizar dinheiro agradou a todo mundo.
Mas agora, às vésperas do período de descanso, o plano já não parece tão bom para alguns times, especialmente aqueles que já estão priorizando o desenvolvimento de seus modelos para 2010, como Ferrari e McLaren, por exemplo, que ainda correm atrás da primeira vitória nesta temporada.
Em Budapeste, onde neste domingo acontece a décima etapa do Mundial da categoria, às 9h (de Brasília), as duas semanas de inatividade, que vão de 3 a 16 de agosto, significarão um pouco mais de trabalho.
Pelo menos nos treinos livres, que começam na madrugada de amanhã (às 5h). Isso porque, com a proibição dos testes durante a temporada, as equipes têm utilizado os ensaios livres para experimentar componentes que colocarão em uso somente mais tarde.
Como boa parte delas já "desistiu" de lutar pelo título de 2009, desde Nurburgring, onde há duas semanas foi disputado o GP da Alemanha, as escuderias passaram a testar coisas de seus modelos do ano que vem.
Além disso, o clima quente na Hungria irá propiciar mais tempo de pista para os pilotos.
E a parada, inédita na história da F-1, pode prejudicar o andamento de alguns programas, já que as fábricas das escuderias permanecerão fechadas.
A medida faz parte do pacote da Fota (a associação das equipes) para cortar custos na categoria, um dos pontos de desacordo entre times e FIA para o Mundial de 2010 e que tem emperrado a assinatura de um novo Pacto de Concórdia. O acordo, que rege comercialmente a F-1, deve ser finalizado e ratificado em breve -espera-se que neste fim de semana.
Mas não é só isso que a Ferrari irá perder. John Iley, chefe de aerodinâmica, deixará seu cargo ao final do ano -ele é um dos responsáveis pelo F60, o modelo deste ano. Com isso, Nikolas Tombazis, designer chefe do time de Maranello, assumirá também a função que ficará aberta com a saída de Iley, que estava na Ferrari desde 2003.