São Paulo, sexta-feira, 23 de julho de 2010

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Gerações alemãs duelam na F-1

Schumacher reconhece carro "insuficiente", e Vettel convoca torcida para lutar pelo título

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A HOCKENHEIM

Acomodados lado a lado na primeira fila da bancada armada pela FIA para as entrevistas, ontem, em Hockenheim, Sebastian Vettel e Michael Schumacher representavam o futuro e o passado do automobilismo alemão.
De um lado, o maior campeão que a F-1 já conheceu, dono de sete títulos mundiais, vários recordes e único piloto da Alemanha a vencer um Mundial da categoria.
Do outro, o novo queridinho do paddock, o piloto no qual os alemães depositam as esperanças e que vem quebrando recordes de precocidade desde que chegou à F-1.
A partir de hoje, quando serão disputados os primeiros treinos livres para o GP da Alemanha, 11ª etapa do Mundial, os dois correrão pela primeira vez juntos diante de sua torcida, que promete lotar os 120 mil lugares postos à venda para a prova.
Mas ao invés de iniciarem uma disputa pela atenção do público, o que se viu nas declarações da dupla foi uma espécie de "troca da guarda".
"Está muito claro que não chego a Hockenheim em posição de lutar por uma vitória porque meu carro simplesmente não é bom o suficiente para isso", disse um quase resignado Schumacher.
"Lutamos dentro de nossas possibilidades e se pudermos brigar por um pódio já seria ótimo e um grande resultado ao time, aos torcedores, e é isso que desejamos."
Ao seu lado, Vettel prestava atenção a cada palavra de seu ídolo de infância.
"Aprendi muito com ele [Schumacher]. Basta ouvir o que ele diz", falou o jovem alemão, sem disfarçar a admiração pelo compatriota.
"Claro que o Michael sabe melhor do que eu a situação em que está, mas ser um grande campeão é também ser inteligente e saber em que se focar. Eu poderia dar exemplos do que aprendi com ele, mas isso faz parte da lição que tive nos últimos dez minutos", brincou Vettel.
Brincadeiras à parte, o piloto da Red Bull sabe que com o heptacampeão mundial já praticamente sem chances de lutar pelo título neste ano é em seus ombros que estará a responsabilidade de uma conquista alemã.
"Estou me divertindo com o fato de correr tão perto de casa, num circuito que conheço muito bem. Fora o Michael, nenhum outro alemão que irá correr neste final de semana venceu em casa, então este é meu objetivo para domingo", falou Vettel.
No final de semana, o jovem parou, literalmente, o trânsito de Heppenheim, cidade onde nasceu e que fica a 45 km de Hockenheim.
Mais de 120 mil pessoas foram às ruas para ver uma demonstração do piloto com um Red Bull como o da F-1.
Quarto colocado no Mundial, Vettel sabe que uma vitória em casa neste momento seria importante para a disputa pelo título. Justamente por isso convocou a torcida.
"Espero que todos aqueles que foram me ver no final de semana venham a Hockenheim também", falou ele, que pelo menos do compatriota famoso já tem o apoio.
"Claro que nessa hora meu coração fala mais forte e tenho uma certa tendência alemã", brincou Schumacher.


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