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Gerações alemãs duelam na F-1
Schumacher reconhece carro "insuficiente", e Vettel convoca torcida para lutar pelo título
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A HOCKENHEIM
Acomodados lado a lado
na primeira fila da bancada
armada pela FIA para as entrevistas, ontem, em Hockenheim, Sebastian Vettel e Michael Schumacher representavam o futuro e o passado
do automobilismo alemão.
De um lado, o maior campeão que a F-1 já conheceu,
dono de sete títulos mundiais, vários recordes e único
piloto da Alemanha a vencer
um Mundial da categoria.
Do outro, o novo queridinho do paddock, o piloto no
qual os alemães depositam
as esperanças e que vem quebrando recordes de precocidade desde que chegou à F-1.
A partir de hoje, quando
serão disputados os primeiros treinos livres para o GP da
Alemanha, 11ª etapa do Mundial, os dois correrão pela
primeira vez juntos diante de
sua torcida, que promete lotar os 120 mil lugares postos
à venda para a prova.
Mas ao invés de iniciarem
uma disputa pela atenção do
público, o que se viu nas declarações da dupla foi uma
espécie de "troca da guarda".
"Está muito claro que não
chego a Hockenheim em posição de lutar por uma vitória
porque meu carro simplesmente não é bom o suficiente
para isso", disse um quase
resignado Schumacher.
"Lutamos dentro de nossas possibilidades e se pudermos brigar por um pódio
já seria ótimo e um grande resultado ao time, aos torcedores, e é isso que desejamos."
Ao seu lado, Vettel prestava atenção a cada palavra de
seu ídolo de infância.
"Aprendi muito com ele
[Schumacher]. Basta ouvir o
que ele diz", falou o jovem
alemão, sem disfarçar a admiração pelo compatriota.
"Claro que o Michael sabe
melhor do que eu a situação
em que está, mas ser um
grande campeão é também
ser inteligente e saber em que
se focar. Eu poderia dar
exemplos do que aprendi
com ele, mas isso faz parte da
lição que tive nos últimos dez
minutos", brincou Vettel.
Brincadeiras à parte, o piloto da Red Bull sabe que
com o heptacampeão mundial já praticamente sem
chances de lutar pelo título
neste ano é em seus ombros
que estará a responsabilidade de uma conquista alemã.
"Estou me divertindo com
o fato de correr tão perto de
casa, num circuito que conheço muito bem. Fora o Michael, nenhum outro alemão
que irá correr neste final de
semana venceu em casa, então este é meu objetivo para
domingo", falou Vettel.
No final de semana, o jovem parou, literalmente, o
trânsito de Heppenheim, cidade onde nasceu e que fica
a 45 km de Hockenheim.
Mais de 120 mil pessoas foram às ruas para ver uma demonstração do piloto com
um Red Bull como o da F-1.
Quarto colocado no Mundial, Vettel sabe que uma vitória em casa neste momento
seria importante para a disputa pelo título. Justamente
por isso convocou a torcida.
"Espero que todos aqueles
que foram me ver no final de
semana venham a Hockenheim também", falou ele,
que pelo menos do compatriota famoso já tem o apoio.
"Claro que nessa hora meu
coração fala mais forte e tenho uma certa tendência alemã", brincou Schumacher.
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