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FUTEBOL
Estado, com participação recorde na década de 90, tem média de torcida inferior ao índice geral
SP ameaça público do Brasileiro-99
da Reportagem Local
O recorde que o futebol paulista
irá bater no Campeonato Brasileiro -que começa amanhã, com
Palmeiras x Juventude- ameaça
interromper o crescimento do
público no torneio.
Nunca nesta década o Estado,
que registra médias de torcedores
inferiores aos índices gerais do
torneio, teve uma participação
tão grande na competição.
Dos 22 clubes que irão disputar
o título, 8 são de São Paulo (Corinthians, Palmeiras, São Paulo,
Santos, Lusa, Guarani, Botafogo e
Ponte Preta), o que corresponde a
36% dos times participantes.
Essa porcentagem somente é inferior à de 1990, quando a participação correspondia a 40% do total (8 de 20 clubes).
No ano passado, os times de São
Paulo representaram 33% dos
competidores do Brasileiro.
O reflexo dessa presença maciça
será notada, negativamente, nas
bilheterias. Nas últimas três edições do Brasileiro, o público médio nos jogos disputados em São
Paulo foram inferiores à média
geral da competição (confira no
quadro ao lado).
Mesmo no ano passado, quando o Corinthians (o clube mais
popular de São Paulo) foi campeão, a média de público no Estado ficou abaixo da média geral
-13.165 pagantes/jogo, contra
13.989. Se não levar em conta os
jogos dos corintianos, a média de
público dos paulistas em casa despenca para 10.091.
Em contrapartida, os paulistas
são responsáveis pelas melhores
performances técnicas na década
-conquistaram metade dos títulos disputados, têm um aproveitamento de pontos superior e
uma maior média de gols.
Para Alberto Dualib, presidente
do Corinthians, o sucesso dos clubes paulistas deve-se, em grande
parte, ao poderio financeiro.
""As empresas interessadas em
investir no futebol começam por
São Paulo, porque é aqui que está
o dinheiro. Foi o caso do Corinthians com o HMTF", disse o dirigente, referindo-se ao fundo de
investimentos norte-americano
que assumiu o departamento de
futebol do clube paulista.
Com a concentração de clubes
em São Paulo, os clubes do Estado
terão um custo menor para a disputa da competição, já que gastarão menos com passagens de
avião e hospedagem.
Na primeira fase, os paulistas
irão jogar em média sete vezes fora do Estado. Os outros clubes, até
11 vezes fora de seus domicílios.
Enquanto isso, outras regiões
do país têm sua participação diminuída. Em 1991, o Nordeste tinha 4 dos 20 times no torneio
(20%). Neste ano, apenas 2 dos 22
(9%). A região Norte não tem representante desde 95, quando o
Paysandu foi rebaixado.
O Centro-Oeste manteve sua representação. O Goiás foi rebaixado em 98, mas o Gama subiu para
a primeira divisão.
(AGz, JCA e PC)
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