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FUTEBOL
Entidade de atletas vai entrar na Justiça para tirar passe de atacante da negociação com a prefeitura
Sindicato age contra "penhora" da Lusa
FERNANDO MELLO
da Reportagem Local
O Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo vai
entrar na Justiça para que o passe
do atacante Marcelo Borges, que
pertence à Lusa, seja retirado do
acordo que a Prefeitura de São
Paulo fez com o time do Canindé.
A Lusa negociou com o município uma dívida de ISS (Imposto
sobre Serviços) no valor de R$
338.236,52. Como garantia do pagamento do débito, a prefeitura
incluiu o passe do jogador e um
dos tobogãs do complexo aquático do clube.
O presidente da entidade, Rinaldo Martorelli, entende que a inclusão do passe do jogador irá inibir clubes que possam estar interessados em contratar Borges.
O atacante, que rescindiu contrato de empréstimo com o Paysandu, do Pará, há duas semanas,
está atualmente sem equipe para
jogar.
"O Marcelo tem toda a razão de
estar magoado com a Lusa. Quem
vai querer contratar um jogador
que esteja em uma pendência judicial. Todos os times ficarão receosos", disse Martorelli.
A entidade vai pedir que um outro bem seja incluído no negócio
ou que o passe, em caso de venda
do jogador, sirva automaticamente para saldar a dívida.
O acordo firmado entre a Lusa e
a prefeitura não impede que Borges seja negociado.
Para o presidente do sindicato,
"o jogador está sendo penalizado". "Vamos tentar mudar o
acordo porque entendemos que o
que foi acertado não é viável. Vamos demonstrar que esse tipo de
atrelamento não é possível. Embora o passe seja um patrimônio
do clube, não se pode vincular um
ser humano ao acordo", afirmou
Martorelli.
O atacante, que ficou sabendo
da inclusão de seu passe no negócio pela reportagem da Folha, viaja hoje a São Paulo para conversar
com os dirigentes da equipe.
"Estou muito magoado. Já estou
sem clube para jogar. Quem vai
querer contratar um atleta com
esse problema? Não fui consultado sobre o negócio. Isso me desvalorizou muito", disse Borges,
que está em Guapó (a 27 km de
Goiânia, em Goiás).
O presidente da Lusa, Amílcar
Casado, afirmou que não informou o jogador porque "ele não
foi prejudicado em nada".
Casado reiterou que pretende
saldar a dívida sem disponibilizar
o passe do atacante. Se a Lusa deixar de pagar uma parcela da dívida, o acordo será quebrado, e o
passe do jogador irá a leilão para
que, com o valor arrecadado, a dívida seja saldada.
"Temos US$ 8 milhões a receber
do Vasco (dívida referente ao caso Dêner) e do PSG, da França,
(débito referente à venda do zagueiro César) e não atrasaremos o
pagamento das parcelas."
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