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Jogador já acertou contrato com o São Paulo, mas ainda não foi liberado
Ricardinho não quer mais o Corinthians
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Agora é público: o meia Ricardinho não quer mais jogar no Corinthians. Ele optou por vestir a
camisa do São Paulo.
A afirmação, endossada pelo
procurador do atleta, Rubens
Pozzi, foi feita por Alberto Dualib,
presidente corintiano, após uma
reunião com o representante do
meia, quase pondo fim à novela
que se arrasta há dois meses.
O impasse que ainda se mantém
é quem vai arcar com o ônus da
transferência. Nem o Corinthians
nem o jogador admitem que vão
dar o primeiro passo para que o
negócio se concretize.
A preocupação de ambos é jurídica: o clube quer que Ricardinho
seja o devedor do rompimento de
contrato; o meia quer que a saída
não lhe cause dívidas.
Para se calçarem, o "jogo do
empurra" continua. O Corinthians cobra um pronunciamento
público do meia, que, apesar da
iminência da sua apresentação no
Morumbi, se nega a fazê-lo -em
seu site, afirmou que aguardará o
fim das negociações.
Para não serem "coniventes"
com a saída do jogador, os corintianos não telefonaram para o
presidente do São Paulo, Marcelo
Portugal Gouvêa, durante a reunião com Pozzi, que queria fechar
ontem o acordo entre os clubes.
"O procurador dele nos informou que seu interesse é mesmo
jogar no São Paulo. Temos até segunda para resolver. A partir do
momento em que ele quer jogar
em outro clube, ele tem o dever
moral de expor isso publicamente. Nunca quisemos negociá-lo.
Ele tem mais dois anos de contrato. Não tínhamos que ligar para
ninguém", disse Antonio Roque
Citadini, vice corintiano.
Sem acordo, o Corinthians não
deu o atestado liberatório ao
meia. ""Não recebemos proposta
do São Paulo. Não conversamos
sobre nada", afirmou o dirigente.
Apesar da negativa do clube em
negociá-lo, os dirigentes não acreditam que o fim da negociação
acabará na Justiça. Isso pelo fato
de que Eduardo José Farah, presidente da FPF, estaria por trás de
um acordo entre os clubes.
"O Leco [Carlos Augusto Barros
e Silva, diretor de futebol do São
Paulo] mesmo já disse que o Farah está ajudando", disse o vice
do Corinthians, referindo-se à declaração do são-paulino ao site da
"Gazeta Esportiva": "Ele [Farah]
tem nos ajudado bastante".
A diretoria do Corinthians espera a garantia de que irá receber
R$ 6 milhões e uma porcentagem
da próxima negociação do atleta.
Antes, com a desistência do
Cruzeiro em levar o meia, o clube
ainda tentou segurar o atleta para
a disputa da Taça Libertadores-2003. Segundo Citadini, foram
oferecidos 40% dos direitos e a redução do contrato a Pozzi, que
não aceitou e, ao deixar o Parque
São Jorge, foi perseguido por
membros da Gaviões da Fiel.
O grupo de 15 torcedores, encabeçado pelo diretor administrativo da organizada, Wellington Rocha, atirou moedas no carro que
levava Pozzi. "É para ajudá-lo no
próximo contrato", disse Rocha.
A perseguição, envolvendo quatro carros de torcedores, durou
pouco. Um ""esquema de fuga" fora previamente montado. O motorista de Ricardinho aguardava o
procurador no carro do jogador
numa rua perto do clube.
Em seguida, os membros da Gaviões conversaram com Dualib.
"O Ricardinho estava quase se
transformando num Sócrates ou
num Wladimir, mas resolveu colocar o dinheiro à frente de tudo",
afirmou o torcedor.
Com Maércio Santamarina e
Paulo Cobos, da Reportagem Local
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