|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Pupilas de Renê Simões tentam hoje pôr fim a rotina de derrotas nas semifinais
Vandré e Lulu Santos embalam o sonho de seleção "alquimista"
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS
Contra o trauma de cair nas semifinais, doses de Geraldo Vandré, Juca Chaves e Lulu Santos.
Foram esses os últimos ingredientes que Renê Simões adicionou à sua "Alquimia Olímpica",
projeto iniciado há cinco meses e
que chega hoje a um momento
decisivo. De provação.
Às 15h (de Brasília), o time comandado por ele, a seleção feminina de futebol, pega a Suécia, em
Patras, por uma inédita classificação à final. Ao meio-dia, EUA e
Alemanha disputam a outra vaga.
Para o treinador e para as jogadoras, mais complicado do que as
adversárias de hoje, que fazem
uma campanha irregular, é vencer o próprio receio. Desde que o
futebol feminino começou a ser
disputado em Olimpíadas, o Brasil sempre caiu nas semifinais.
Foi assim em Atlanta-96, quando levou 2 a 1 da China. Foi assim
em Sydney-00, no 1 a 0 dos EUA.
Em ambos os casos, a seleção perdeu depois as disputas do bronze
e terminou só em quarto.
Por esse histórico, segundo Renê, a necessidade de uma "alquimia". De uma transformação.
"Em março, quando começamos o trabalho, propus a elas o
projeto "Alquimia Olímpica", para
transformar nossos sonhos em
ouro. Mas, para isso, todos tivemos que nos transformar, aumentar a auto-estima, o amor
próprio", disse Renê à Folha, para
engatar então um festival de citações a músicas que vem tocando
para o time nos últimos dias.
"Venho pregando para elas que
"nada do que foi será de novo do
jeito que já foi um dia'", afirmou,
citando o início de "Como uma
Onda", hit de Lulu Santos nos
anos 80. "Afinal, "quem sabe faz a
hora, não espera acontecer'",
completou, citando Vandré em
"Para não Dizer que não Lembrei
das Flores".
Ontem, Renê tocou "A Cúmplice", de Juca Chaves, que começa
com os versos "eu quero uma mulher que seja diferente de todas
que eu já tive, de todas tão iguais;
que seja minha amiga, amante,
confidente, a cúmplice de tudo,
que eu fizer a mais".
As jogadoras parecem ter absorvido as mensagens. O discurso
delas é sempre o mesmo.
"O objetivo foi traçado desde
março. Vamos conquistar o ouro", disse a zagueira Aline.
"Estamos trabalhando em busca do ouro. Já traçamos nossos
objetivos", afirmou outra zagueira, Juliana Cabral. As duas terão
hoje, na defesa, a companhia de
Tânia, que sente dores no tornozelo desde a primeira fase.
Caso passem à final, elas terão a
chance de lutar por algo que sempre foi obsessão para o time masculino. O único título que o futebol brasileiro não tem: o ouro.
Bronze em Atlanta-96 e prata
em Seul-88 e em Los Angeles-84,
os homens não conseguiram nem
sequer a vaga para Atenas.
NA TV - ESPN Brasil, ao vivo, a
partir das 15h
Texto Anterior: Hipismo: Com Baloubet, Pessoa tem mau início no individual Próximo Texto: Frase Índice
|