São Paulo, domingo, 23 de agosto de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL
Time pernambucano, que enfrenta hoje o Coritiba, esquece tradição de revelar jogadores e chega a vice-líder
Sport recicla "rejeitados' e vira sensação

FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife

O Sport, que joga hoje contra o Coritiba, tornou-se uma das sensações do Brasileiro-98 com um time formado basicamente por jogadores "rejeitados" por grandes clubes do sul do país.
Da equipe titular -que venceu cinco das seis partidas disputadas e é vice-líder-, cinco atletas foram contratados este ano de times paulistas, cariocas ou mineiros. Só o meia Lima, também "calouro" na equipe, foi trazido do Bahia.
O lateral-direito Russo, ex-Sport e seleção, retornou a Pernambuco após passar pelo Cruzeiro. O lateral-esquerdo Jefferson foi negociado pelo Botafogo, e o centroavante Cris, pelo Palmeiras.
O Corinthians foi o clube que mais cedeu jogadores ao Sport. O zagueiro Alexandre Lopes e o volante improvisado Sangaletti trocaram o Parque São Jorge pela Ilha do Retiro por empréstimo e, afirmam, não se arrependeram.
"A gente tem sempre que lutar por uma posição e, às vezes, é melhor sair para conquistar esse espaço", disse Alexandre Lopes. "O verdadeiro profissional é o que mostra seu valor quando a situação está difícil", disse Sangaletti.
O jogador, afastado do elenco no início do ano por Wanderley Luxemburgo, disse que quer "dar a volta por cima" e retornar para o Corinthians em 99, "se possível como campeão".
Também já jogaram no time paulista o atacante Leonardo e até o técnico do Sport, Mauro Fernandes, um ex-centroavante que hoje diz ser capaz de acertar a bola na trave sete vezes em cada dez tentativas de fora da área.
Segundo o treinador, o sucesso da equipe até o momento se deve à "força do conjunto", obtida com a utilização de atletas "que se encaixaram" no esquema tático.
"Buscamos bons atletas que não tinham chance em seus clubes, desenvolvemos cada potencial, e deu certo", disse Fernandes.
Para ele, uma grande diferença do atual time do Sport para o que disputou o Brasileiro no ano passado e terminou em 11º lugar é a "qualidade" de seus reservas. "A competição é longa, e hoje temos 30 bons jogadores."
Além de utilizar ex-atletas do Corinthians, o técnico vê também semelhanças no estilo de jogar dos times paulista e pernambucano. "São equipes solidárias, rápidas e que assimilam facilmente as variações táticas durante a partida."
O Sport, disse Fernandes, tem utilizado no Brasileiro até três sistemas táticos por jogo. "Podemos sair com 3-5-2 (três jogadores na defesa, cinco no meio e dois no ataque) e mudar tudo para 4-3-3 ou 4-2-4, conforme a situação."
Para o jogo de hoje, o técnico deverá optar por uma formação mais ofensiva, em função da saída de Sangaletti, suspenso por ter recebido o terceiro cartão amarelo.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.