São Paulo, domingo, 23 de setembro de 2001

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TÊNIS

Região dobra número de jogadores no grupo dos top 100 em menos de 4 anos e ganha espaço na competição por países

América do Sul brilha no ranking e na Copa Davis

DA REPORTAGEM LOCAL

Mais do que o dobro de jogadores situados entre os top 100 e a multiplicação por dois do número de torneios pelo circuito principal da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais). A chance de colocar quatro representantes no seleto Grupo Mundial da Copa Davis. Dois tenistas no topo do ranking de entradas.
Em menos de cinco anos, quem conheceu essa evolução não é uma das regiões mais ricas do planeta, mas a América do Sul, que patina na economia mas brilha como nunca no tênis masculino.
Hoje, na última rodada da repescagem da Davis, Chile tem a chance de se juntar ao Brasil e Argentina na primeira divisão da Davis, que tem apenas 16 países.
Os argentinos garantiram a vaga ontem com uma vitória nas duplas sobre a Belarus. Luis Lobo e Guillermo Cañas derrotaram Max Mirnyi e Vladimir Voltchkov por 3 sets a 0.
O Equador também buscava uma vaga na elite da Davis, mas foi, mesmo em casa, derrotado ontem nas duplas pela Inglaterra, que conseguiu fazer 3 a 0.
Nunca na história do Grupo Mundial, que começou em 1981, quatro nações sul-americanas disputaram uma mesma edição da elite da Copa Davis.
O brilho da região na principal competição por países do tênis é reflexo da evolução de seus jogadores no ranking mundial.
No final de 1997, ano em que surgiu o fenômeno Gustavo Kuerten, que só volta ao circuito no início de outubro, no Torneio de Lyon, a América do Sul tinha só seis jogadores na lista dos cem primeiros da lista de entradas.
Hoje, o panorama é bem diferente. Na última classificação divulgada pela ATP, aparecem os nomes de 14 sul-americanos entre os top 100, incluindo atletas de cinco nacionalidades diferentes -Argentina, Brasil, Chile, Equador e Paraguai.
Como comparação, os Estados Unidos, maior potência do tênis, tinham dez jogadores no grupo dos cem melhores do mundo em 1997. Houve queda: hoje, nove americanos estão nessa faixa.
Desde 1997, além de Guga, que lidera a lista de entradas desde abril passado, a América do Sul teve o chileno Marcelo Ríos encabeçando o mais tradicional sistema de classificação do tênis.
Nunca antes na história do ranking de entradas, que foi criado em 1973, um tenista da região havia atingido o topo do tênis.
No saibro, a América do Sul consegue rivalizar hoje com a Espanha, país com mais jogadores na elite e que domina há muito tempo a temporada da superfície mais lenta do tênis.
Em 2001, os espanhóis garantiram nove títulos na terra batida, contra oito dos sul-americanos, incluindo Roland Garros, conquistado por Kuerten.
Com o sucesso de seus jogadores, a América do Sul voltou também a entrar de forma mais efetiva na rota do circuito masculino.
Em 1997, a região abrigou apenas duas competições válidas pelo circuito principal da ATP.
Agora, na temporada 2001, quatro competições sul-americanas foram realizadas, incluindo uma no Brasil, que não tinha esse sabor desde 1993 e abrigou competição do circuito na Costa do Sauípe, no litoral da Bahia, neste mês.
Na América do Sul, entretanto, as mulheres não conseguem apresentar no tênis a mesma evolução do que os homens.
A região conta somente com três representantes no grupo das cem melhores do ranking mundial feminino -duas argentinas e uma paraguaia.
O Brasil é um dos que puxam a fila do modesto desempenho das mulheres sul-americanas. A melhor atleta do país na lista de classificação é Joana Cortez, na 204ª colocação. (PAULO COBOS)



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