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São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 2003

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TÊNIS

Na segunda divisão da Copa Davis, brasileiro passa a frequentar países que estão fora do calendário de elite da ATP

Rebaixamento pode levar Guga de volta ao início da carreira

FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

O rebaixamento do Brasil na Davis pode levar Gustavo Kuerten de volta a lugares que ele só frequentou no início de carreira.
No Zonal Americano, a segunda divisão da competição entre países, o brasileiro pode ter que jogar na Venezuela ou no Paraguai.
Essas nações não possuem torneios de primeira linha da ATP, eventos que, ao lado da Davis, praticamente monopolizaram a agenda de Guga após o primeiro título de Roland Garros, em 1997.
Equador, Venezuela e Paraguai, ao lado de Chile e Peru, são os adversários do Brasil por duas vagas das Américas na repescagem da Davis na próxima temporada.
O regulamento da competição estipula que haja uma alternância entre os países no direito de abrigar e escolher o piso das partidas.
Chile e Peru jogaram em seus domínios na última vez em que enfrentaram os brasileiros, e a Venezuela atuou como visitante.
Já o Paraguai nunca enfrentou o Brasil na história da Davis. Por isso, um sorteio definirá o local de um eventual confronto.
No início da carreira, os tenistas jogam torneios menores até alcançarem pontuação suficiente para disputar os eventos de primeiro nível, os ATP Tour.
A única vez que Kuerten atuou no Paraguai foi em maio de 1995, quando foi derrotado pelo americano Francisco Montana na estréia do Challenger de Assunção.
O torneio paraguaio é o primeiro registro na ATP de uma participação de Guga fora do Brasil.
Naquela época, o brasileiro só tinha ranking para entrar direto na chave de challengers.
Se o Brasil tiver que enfrentar os venezuelanos, Guga, 27, fará a sua estréia no país vizinho.
Os brasileiros, porém, só voltam a disputar a Davis em abril de 2004. A equipe foi beneficiada com a condição de cabeça-de-chave e ficará de fora da primeira rodada do Zonal Americano, em fevereiro. O outro país que ganhou a condição de favorito é o Equador, que ontem viu a Romênia fechar em 3 a 2 seu confronto pela repescagem.
Se vencer em abril, o Brasil se classifica para jogar em setembro, quando tenta voltar à elite.
O sorteio que define as chave da Copa Davis para o ano que vem acontece amanhã, em Londres.
Apesar de a derrota para os canadenses, que não contam com nenhum tenista entre os top 200 e não apareciam entre os 16 melhores desde 1992, ter tirado o Brasil da elite da Davis pela primeira vez desde 1996, o presidente da CBT, Nelson Nastás, declarou que a equipe não decepcionou.
"Temos que valorizar o extraordinário espírito de luta de nossos jogadores, que superaram condições adversas, levando o confronto a ser decidido nos detalhes", afirmou o dirigente, que acompanhou as partidas contra os canadenses em Calgary.
Membro da direção da Federação Internacional de Tênis, Nastás está na Inglaterra para acompanhar o sorteio. "Não é nenhum demérito disputar o zonal no próximo ano e novamente um playoff [repescagem] para voltar ao Grupo Mundial", afirmou.


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