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FUTEBOL
Meia rende mais em quase todos os fundamentos e vira até artilheiro contra o time no qual não conseguiu triunfar
Ricardinho é outro contra o São Paulo
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Ruim com ele, pior contra ele.
Poucos jogadores crescem tanto
de produção contra um determinado time como o meia Ricardinho contra o São Paulo, atestam
os números do Datafolha.
Diante da equipe do Morumbi,
Ricardinho passa mais, desarma
mais, finaliza mais, dribla mais,
lança mais, cruza mais, é mais
acionado, comete menos faltas,
dá mais assistências e, algo estranho para ele, faz bem mais gols.
O meia, que hoje está com 28
anos, começou a virar algoz dos
são-paulinos quando defendia o
Corinthians. Fez gols em quatro
jogos oficiais contra o São Paulo
pelo time do Parque São Jorge, alguns decisivos, como em semifinal de Brasileiro e de Paulista.
No Santos, anotou importante
gol de falta na Vila Belmiro nos
acréscimos no primeiro turno do
Nacional. Na ocasião, era o primeiro jogo de Ricardinho contra
o São Paulo após deixar o time do
Morumbi. Ajudou ainda a tirar o
rival da Copa Sul-Americana entrando nos minutos finais do primeiro jogo: 1 a 0, gol de Elano.
Sua passagem pelo São Paulo foi
negativa. Além de não ganhar títulos de expressão, nunca conseguiu render bem como em outros
clubes. Em 62 partidas oficiais
com a camisa são-paulina, fez só
quatro gols -com metade desses
jogos pelo seu atual clube, já balançou as redes sete vezes.
A média de gols por jogo de Ricardinho no Santos já é quase
igual à que ele tinha no Corinthians -0,23, contra 0,24 na sua
passagem pelo Parque São Jorge.
No São Paulo essa média era de
apenas 0,06 gol por jogo, bem diferente da média de gols que ele
fez nas partidas com o São Paulo
(0,25, um gol a cada quatro jogos).
Ricardinho foi, segundo Marcelo Portugal Gouvêa, a ""última
grande contratação" do futebol
brasileiro. O jogador, após ser
pentacampeão mundial, deixou o
Corinthians e foi para o Morumbi. A negociação causou mal-estar
entre os clubes -os corintianos
aceitaram perder um de seus ídolos por R$ 5 milhões pelo e 20%
do valor de uma possível transferência para o exterior.
No São Paulo, Ricardinho teve
vultoso salário, que batia em R$
300 mil. Em quatro anos, lucraria
cerca de R$ 16 milhões, mas, após
não vingar no clube, rescindiu seu
contrato no início deste ano.
Após tentar a sorte no Middlesbrough, o meia foi contratado pelo Santos em maio, o que o colocou em guerra jurídica com o São
Paulo. Ao deixar o Morumbi, em
janeiro, ele fez um acordo pelo
qual seria obrigado a pagar uma
multa de R$ 2 milhões ao São
Paulo caso voltasse a defender um
clube brasileiro antes de 2005.
O São Paulo moveu ação contra
o jogador na esfera cível, e Ricardinho tem ação trabalhista contra
o ex-time. O caso ainda não foi resolvido definitivamente -decisão inicial favoreceu o clube.
No Brasileiro-2002, Ricardinho
fez de pênalti o gol que decretou a
vitória de 3 a 2 do São Paulo sobre
o Santos de Robinho. Na ocasião,
celebrou com muito ardor em cima do escudo do time. Hoje, nem
seu pai, são-paulino assumido,
diz saber se torce pelo clube.
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