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Tribunais redigem lei por Mundial e Olimpíada
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Preocupados com que a Copa
do Mundo de 2014 e a Olimpíada do Rio-2016 não repitam o
Pan-Americano do Rio-2007,
os tribunais de conta da União,
do Estado e do município do
Rio produziram com a Comissão de Fiscalização Financeira
da Câmara e do Senado um projeto de lei que aumenta seu poder no controle da verba pública a ser usada nos eventos.
Um dos temores já expressados é o de que entidades privadas se beneficiem, de maneira
indevida, das ações públicas.
O texto será submetido à Câmara dos Deputados e ao Senado por meio do deputado Silvio
Torres (PSDB-SP) e do senador
Renato Casagrande (PSB-ES),
presidentes dos respectivos comitês de fiscalização das casas.
Entre outros tópicos, o projeto embica na direção de um dos
assuntos mais populares do
momento, o financiamento de
obras em estádios por meio do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
O texto admite a concessão
de empréstimos do BNDES a
entidades privadas, desde que a
utilização do dinheiro seja ""integralmente submetida ao controle e à fiscalização do TCU".
Outra proposta é a implantação de um portal na internet
para cada um dos eventos por
um grupo de trabalho formado
por membros de Câmara, Senado e TCU. Ficaria hospedado
na Prodasen (Secretaria Especial de Informática do Senado).
Deverão ser indicadas obras,
aquisição de materiais, atividades públicas, justificativas das
atividades, valores estimados a
serem desembolsados, cronogramas com data da publicação
do edital de licitação e datas
previstas de conclusão de obras
e ações. Caso os dados não sejam recebidos pelo grupo de
trabalho, a suspensão do envio
da verba federal ao responsável
pela sonegação da informação
ou documento será imediata.
Também há proposta de que
seja obrigatório constar dos
editais de licitação e contratos
uma cláusula que preveja publicação das informações sobre
a utilização das verbas no portal de dados, sob risco de anulação de contratos e editais.
O documento pede acesso irrestrito dos servidores dos tribunais de contas aos canteiros
de obras da Copa e dos Jogos.
""Isso facilitará o trabalho dos
tribunais", diz Silvio Torres.
Se aprovada a lei, o Ministério do Esporte terá 60 dias para
elaborar uma lista das ações
públicas destinadas à organização da Copa-14 e dos Jogos-16.
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