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Dissidências no
governo Tito
criaram atrito
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A rivalidade entre Estrela Vermelha e Partizan é
remetida ainda à época em
que a antiga Iugoslávia era
comandada pelo marechal
Tito (1892-1980).
Tito, que foi presidente
da então Iugoslávia entre
1953 e 1980, comandou,
durante a Segunda Guerra, os Partisans, um movimento de resistência contra as forças nazistas.
Logo após a guerra, em
março de 1945, foi fundado o Estrela Vermelha. Em
outubro do mesmo ano,
era fundado o Partizan.
Segundo o professor de
História Sociocultural do
Futebol da USP, Flávio de
Campos, o Partizan era intimamente ligado ao exército nacional. E contava
com a simpatia de Tito.
O Estrela Vermelha passou a ter o apoio da polícia.
Dissidências entre os
dois grupos dentro do governo comunista foram levadas para as ruas e para
os estádios, alimentando o
ódio entre as equipes.
Mas não é só isso que
explica a interrupção de
Itália e Sérvia. Para entender a raiz do problema, é
necessário voltar a um
conflito ocorrido há mais
de 600 anos.
A Batalha do Kosovo,
em 1389, marcou o início
do revanchismo dos sérvios. Na ocasião, o império
Turco-Otomano (cujos
descendentes são os muçulmanos do atual Kosovo) derrotou os sérvios
cristãos. Ainda hoje, os radicais não aceitam a independência do Kosovo.
Hoje, sem guerras, eles
aproveitam o futebol para
expressar o seu sentimento ultranacionalista, já que
o esporte é o escape perfeito, porque reúne multidões e ainda permite, em
grande parte dos casos, a
impunidade.
(TB)
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