São Paulo, segunda-feira, 23 de novembro de 2009

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JUCA KFOURI

A verdadeira teoria da conspiração


O que mais conspira para o tetra/heptacampeonato do São Paulo é a incompetência de seus adversários


O MARACANÃ estava pronto para mais uma grande festa.
Como em 1950 ou, para não exagerar, como outro dia mesmo, pela Libertadores, contra o América mexicano.
E o resultado foi o mesmo: frustração. E bote frustração nisso.
Nem mesmo um espetacular mosaico que dizia que "A maior torcida do mundo faz a diferença" acabou por fazer diferença alguma.
O time do Flamengo se comportou como se não merecesse aquela beleza toda e travou, travou miseravelmente diante do Goiás.
Que já no primeiro tempo exigiu duas defesas portentosas de Bruno, embora o Flamengo também tenha criado duas boas chances, com Petkovic em cobrança de falta e com Adriano, desarmado na pequena área na hora agá.
O 0 a 0 até que ficou barato, porque também no segundo tempo foi o Goiás, com Vítor, quem criou a chance mais clara, embora Harlei tenha trabalhado mais que Bruno.
O tropeço do Flamengo não estava nos cálculos do São Paulo nem antes nem mesmo depois da derrota para o Botafogo, no Engenhão.
Derrota inapelável, diga-se, com arbitragem exemplar.
Porque só faltava essa agora, de também o São Paulo começar a se queixar de esquemas contra o clube como se não fosse tricampeão.
Bobagem e desnecessário, porque os rivais do São Paulo parecem fazer questão de lhe entregar taças de mão beijada.
Depois de ir ao Rio esfacelado pelos gestos impensados de André Dias e Hugo, no Morumbi, e de Borges e Dagoberto, no Olímpico, ao depender de um menino como Marlos, que até foi bem, mas deixou de dar o gol que poderia selar o placar para Washington, eis que o São Paulo, mesmo derrotado por 3 a 2, acorda líder do Brasileiro e na dependência de si mesmo. O que é muito.
Porque se, de fato, fosse depender do Corinthians, estaria roubado.
E na dependência de si mesmo, por sinal, como outro tricolor, o carioca, o Fluminense, em sua apaixonante epopeia, capaz de fazer o possível e o impossível para escapar do rebaixamento e até para ganhar a Copa Sul-Americana, que, apesar de não valer nada, passa a valer muito.
A saga do Fluminense é daquelas de comover Nelson Rodrigues no túmulo e Chico Buarque na arquibancada e de invadir até a Pauliceia desvairada.
De difícil explicação é o vexame do Corinthians, porque não há Copa do Brasil que compense a vergonha da saraivada de gols que o time tem sofrido até em casa e de adversários nada poderosos, como se viu, mais uma vez, no sábado à noite, no Pacaembu, quando o Náutico venceu por 3 a 2 e com um jogador a menos, o que torna qualquer reclamação contra a arbitragem apenas o velho choro dos incompetentes.
O desfile de empresário de todos os tipos pelas alamedas do Parque São Jorge, pelos gabinetes do comando do clube, e até nos vestiários, não autorizam otimismo no ano do centenário, que virou o ano da obsessão pela Libertadores, o que pode custar caro demais.
Libertadores que os mineiros parecem ter desistido de disputar, depois das fracas atuações de Cruzeiro e Galo, para a alegria do Inter, de novo na parada.

blogdojuca@uol.com.br

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