|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ATLETISMO
Atleta do país bate queniano e vence tradicional prova de Brodowski
São Silvestre caipira atrai elite das ruas brasileiras
ADALBERTO LEISTER FILHO
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Menos conhecida que sua coirmã e, neste ano, disputada excepcionalmente dez dias antes da data do santo, a São Silvestre caipira
foi vencida por Adalberto Batista
Garcia, com o tempo de 29min23s
-o percurso total é de 10 km.
Se não conta com o mesmo glamour da corrida paulistana, a São
Silvestre de Brodowski (339 km
ao norte de São Paulo) também
atrai atletas de elite, como Maria
Zeferina Balldaia, campeã da Maratona de São Paulo-2002, possui
tradição -a primeira edição da
prova foi em 1939- e, neste ano,
contou até com uma emocionante disputa entre Brasil e Quênia.
Para homenagear Cândido Portinari, filho mais famoso da cidade, o traçado da prova passa diante da casa em que viveu o artista.
"Fizemos a São Silvestre no sábado [anteontem] para atrair
mais atletas de elite", diz Waldir
Benetti, presidente da comissão
organizadora da prova e diretor
de esportes da prefeitura local.
Até 2001, a São Silvestre de Brodowski, cidade com 17.147 habitantes segundo o último censo,
coincidia com os festejos do Réveillon. "No ano passado, a premiação só aconteceu depois do
Ano Novo", conta Benetti.
Garcia e o queniano David Cheruiyot protagonizaram a principal disputa da noite de anteontem. Cheruiyot, vencedor da Volta da Pampulha-2001, levava vantagem até quase o final da prova.
Porém foi prejudicado pelas inclinações do terreno e pela chuva.
Ele tropeçou em uma valeta, caiu
e perdeu a liderança para Garcia,
recordista do país nos 5.000 m.
Mesmo assim, chegou só cinco
segundos atrás do brasileiro, que,
pela vitória, recebeu um prêmio
de R$ 3.000. Cheruiyot teve que se
contentar com um computador,
recompensa do vice-campeão.
No ano passado, a premiação
foi melhor. Garcia, campeão também em 2001, ganhou um carro.
No feminino, a vencedora foi
Marizete Rezende, com o tempo
de 34min06s. Maria Zeferina Balldaia, atual campeã da São Silvestre da capital, chegou em quarto
-levou uma TV de 14 polegadas.
Marizete foi protagonista da
história mais fantástica da corrida
do ano passado. A atleta, mulher
do fundista Diamantino dos Santos, 41, foi a vencedora da São Silvestre caipira de 2001, disputada
no mesmo dia em que já havia
corrido a prova paulistana.
Em São Paulo, Marizete ficou
em 11º lugar, longe da zona de
premiação. Saiu às pressas da capital, viajou de carro com Diamantino, que, correndo também
na estrada, fez o trajeto em pouco
mais de três horas. Chegaram a
Brodowski a tempo de se posicionarem para a largada, às 23h.
Tanto esforço valeu a pena, Marizete ficou com o título e ganhou
uma moto. Diamantino, que não
havia corrido a outra São Silvestre, chegou em quarto lugar e levou uma TV de 20 polegadas.
Para contar com atletas de elite
como Marizete, vencedora da
Maratona de São Paulo-2001, e
Diamantino, campeão da mesma
prova em 1998, os organizadores
da São Silvestre caipira receberam
uma ajudinha da prova da capital.
"Depois que o horário da São
Silvestre mudou, alguns atletas
passaram a vir para cá. Antes, isso
era impraticável", diz José Romero, diretor do departamento de
águas e esgoto da prefeitura e
membro do comitê organizador.
Texto Anterior: O que ver na TV Próximo Texto: Basquete: Flamengo bate Campos e vence Estadual do Rio Índice
|