São Paulo, quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

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TÊNIS

Professor Nascimento


Iniciativa criada há 5 anos, tirando jovens da periferia para jogar tênis, migra para o centro de São Paulo agora

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

RECEBI, NO sábado, ligação entusiasmada do repórter Fernando Itokazu. Ele relatava a disputa de mais um Favela Open.
Criado em 1995 por um professor para tirar as crianças da rua (ou melhor, deixá-las lá, praticando esporte), o torneio saiu do Capão Redondo e foi para o centro de São Paulo. A seguir, o relato de Itokazu desta inspiradora ação no tênis do país.
"Em maio, este espaço contou a história de Roger Wright, apaixonado pelo tênis e financiador do Instituto Lob. Morto em acidente aéreo, um de seus lemas era "Tem que insistir. Tem que abrir caminho". O bordão voltou à memória dias atrás, assim que soube da realização do torneio de outro entusiasta do tênis.
Jorge Nascimento promoveu no sábado, em frente à estação da Luz, o Favela Open, na Cracolândia. Planejado para levar o tênis a lugares mais carentes, o Favela Open cresceu na onda de entusiasmo criada por Gustavo Kuerten, mas sobreviveu à aposentadoria do campeão. Hoje, o projeto tem até um CT e se expande com o esforço e a "lábia" do criador.
Ele costuma realizar esse tipo de evento, já tradicional, no fim do ano, quando os empresários ficam "com o coração mais mole". Para o torneio de sábado, conseguiu o apoio da marca que equipa Rafael Nadal, que deu material esportivo aos atletas.
Para tentar livrar dependentes do vício, Nascimento convenceu um empresário a emprestar sua propriedade rural em Mato Grosso. Os viciados seguem para lá, onde ficam "internados". O Favela Open na Cracolândia foi o chamariz para tentar engrossar o número de internos.
André, Anderson, Juliano e Orlean, todos de 18 anos, moram no Capão Redondo e encaram quatro ônibus e três horas (ida e volta) até o Itaim Bibi, onde trabalham, registrados, como boleiros em uma academia de tênis, a R$ 2,30 por hora. Eles, que batem bola nas horas vagas sem nenhuma orientação, não ganharam a disputa na Cracolândia (que valeu um patrocínio e a vaga de boleiro no Torneio da Costa do Sauípe), mas têm uma versão para o bordão de Wright: "Quem fica só moscando acaba mesmo desandando"."

EM SÃO PAULO
Começa na segunda-feira o Future de São Paulo, com entrada franca, no parque Villa-Lobos. Os vencedores ganham vaga no Challenger de São Paulo, na semana seguinte.

NA BAHIA
Os organizadores do Brasil Open confirmaram a Costa do Sauípe como local da disputa do ATP Tour, em fevereiro. Para quem planeja ver Bellucci em ação, é melhor correr, pois a final será justamente durante o período de Carnaval, quando hospedagem na Bahia é difícil.

NATAL
Esta coluna agradece e retribui as dezenas de votos de Feliz Natal.

reandaku@uol.com.br


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