São Paulo, quarta, 23 de dezembro de 1998

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Juiz é centro de polêmicas

MARCELO DAMATO
da Reportagem Local

O gaúcho Carlos Eugênio Simon, 33, tem estado no centro de polêmicas desde que entrou para o quadro de árbitros da Fifa, no início do ano passado. Ao ser indicado com 31 anos, ele foi um dos mais jovens brasileiros aceitos para dirigir partidas internacionais.
No seu primeiro Brasileiro após ganhar o novo escudo (os árbitros e bandeirinhas da Fifa usam um distintivo com o símbolo da federação internacional), ele tomou duas decisões semelhantes às que provocaram as maiores polêmicas na competição deste ano.
Na fase de classificação, em 96, na partida entre Santos e Botafogo, ele validou um gol em que a bola passou por fora e furou a rede e, em seguida, voltou atrás.
Em outro jogo do Santos, contra o Sport, pelas quartas-de-final deste ano, também na Vila Belmiro, Jorge Travassos (RJ) foi protagonista de caso semelhante.
Na fase semifinal de 96, Simon anulou um gol legítimo do atacante Rodrigo, da Lusa, contra o Vasco, no Rio de Janeiro, à semelhança do gol corintiano que não foi validado no último domingo contra o Cruzeiro.
O fato de as duas decisões polêmicas terem sido tomadas a favor do time da casa coincide com uma estatística de suas arbitragens neste Brasileiro.
Das 22 vezes em que Carlos Eugênio Simon atuou, em apenas duas a equipe visitante saiu vencedora (o único resultado que hoje pode dar o título ao Cruzeiro). O time da casa venceu nove, e houve 11 empates.
Nesta competição, ele apitou quatro partidas do Corinthians e quatro do Cruzeiro, que não perdeu nenhuma com ele. O Corinthians perdeu uma.
Apesar disso, é considerado um dos melhores juízes do país. É um dos poucos que a comissão de arbitragem da CBF não vê problemas técnicos, físicos ou emocionais, que barraram de cara cinco dos dez juízes brasileiros do quadro da Fifa nesta decisão. Oscar Roberto Godoi foi descartado por ser paulista.
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Colaborou Paulo Cobos, da Reportagem Local


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