São Paulo, sábado, 24 de janeiro de 1998.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BASQUETE
Versão feminina da NBA terá três representantes do Brasil em seu segundo ano
WNBA anuncia contratação de Leila

da Reportagem Local

A WNBA, versão feminina da NBA (liga profissional norte-americana de basquete), anunciou ontem a contratação da ala-pivô brasileira Leila Sobral, 23, que defendeu o Polti/Santo André neste Campeonato Paulista.
Leila, em princípio, negou a contratação, afirmando que por enquanto, apesar de ter recebido o convite, não havia assinado nenhum contrato com a liga.
"Não está nada certo. Ainda estamos discutindo vários pontos, como o salário", disse a jogadora, no início da tarde de ontem.
Após a conversa, a Folha entrou em contato com a WNBA, nos EUA, e um dos assessores assegurou que o contrato foi assinado.
A assessoria da liga negou-se a apresentar uma cópia do contrato, informando que todos os acordos firmados são "confidenciais".
Sobre a negativa de Leila, a WNBA informou que possivelmente foi um "mal-entendido", pois ela fora instruída a negar até que a contratação fosse anunciada oficialmente pela liga.
Leila, por volta das 16h, ao saber do contato da Folha com a WNBA, confirmou que foi orientada a manter sigilo até receber o aval da liga. "Eu realmente já assinei, mas não podia falar nada sem permissão deles", declarou.
Ela ainda aguardava receber, por fax ou telefone, informação da WNBA de que o anúncio oficial de sua contratação fora feito.
Em férias, Leila deve agora informar oficialmente sua equipe, o Polti, de que estará entre junho e agosto jogando nos EUA.
"Será uma experiência nova, e estou empolgada", disse ela.
Sobre a questão salarial, determinante na recusa da ala-armadora Paula, da Microcamp, em atuar na WNBA, Leila não viu problemas. "O salário é compatível com o que ganho aqui. Se eu jogar bem, vai melhorar no ano que vem."
Segundo a ala Janeth Arcain, que neste ano estará em sua segunda temporada na WNBA, as jogadoras recebem entre US$ 21 mil e US$ 36 mil para jogar três meses.
Leila é irmã da pivô Marta Sobral, que defende o Philadelphia Rage, da ABL (American Basketball League), rival da WNBA. Ambas foram titulares da seleção brasileira campeã da última Copa América, em agosto passado.
Além de Janeth e Leila, o Brasil terá outra representante este ano na WNBA: a pivô Alessandra Oliveira, também titular da seleção e atualmente jogando na Itália.
Ainda não foram anunciados os times que Leila e Alessandra defenderão. Provavelmente, uma irá para Washington e outra para Detroit, cidades que vão estrear na liga. Janeth segue no Houston Comets, atual campeão. (LUÍS CURRO)


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.