|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Justiça reconsidera o pedido da Globo, que retoma os direitos do torneio que começa amanhã
Paulista muda de mãos de novo, e clubes agonizam
MARÍLIA RUIZ
ENVIADA ESPECIAL A MONTE SIÃO
Pela terceira vez nos últimos sete dias, o Paulista mudou de "dono". Ontem, o desembargador
Boris Kauffmann, da 5ª Câmara
de Direito Privado de São Paulo,
reconsiderou a decisão de seu colega Rodrigues de Carvalho, que
havia dado ao SBT exclusividade
sobre as transmissões do torneio
na última segunda, e concedeu à
Rede Globo tal direito.
Enquanto as emissoras disputam as transmissões das partidas
do Estadual, os times agonizam
sem saber quem pagará pelas suas
participações no Paulista mais
concorrido dos últimos anos.
O presidente do São Paulo,
Marcelo Portugal Gouvêa, disse
que a redução drástica das cotas e
a indefinição sobre o detentor dos
direitos de transmissão do campeonato podem provocar o atraso
no pagamento dos direitos de
imagem dos jogadores são-paulinos. Segundo o dirigente, sem receita em caixa, não será possível
quitar as suas dívidas.
"Estou bastante preocupado
com essa indefinição. Vamos jogar de graça enquanto não soubermos quem tem que pagar pelo
Paulista. Se isso não for resolvido
logo e continuarmos sem receber
as nossas cotas, os direitos de
imagem podem não ser pagos em
fevereiro. E isso não será só no
São Paulo", declarou o presidente
do clube do Morumbi.
As cotas a que se refere Gouvêa
não ultrapassarão R$ 1,5 milhão
pelo Estadual deste ano -bem
inferior ao que arrecadou o vice-campeão do Torneio Rio-SP, o
São Paulo, pelo regional no ano
passado: R$ 7,5 milhões.
Mas, mesmo antes de começar o
Paulista, os cofres são-paulinos
não puderam suportar os gastos
de 2003. Além de dispensar alguns atletas e renegociar o salário
de outros, a diretoria não ainda
quitou o pagamento da imagem
de alguns jogadores que venceu
no início deste mês.
É o caso do lateral-esquerdo
Jorginho, por exemplo. Mas o técnico Oswaldo de Oliveira não
acredita que a "moratória" anunciada por Gouvêa possa afetar o
rendimento do time em campo.
"Estou conseguindo levar essa
história de forma velada até aqui.
Não acredito que isso vá ganhar
grandes proporções. Os jogadores estão levando a situação calmamente. Estão todos equilibrados", disse o treinador.
No Corinthians, a situação é semelhante. O time, que atrasou o
pagamento de premiações aos
seus atletas durante todo o ano
passado, contratou mais que o
concorrente e já está com as cotas
de patrocínio e publicidade comprometidas. Trocou a Topper pela Nike, manteve a Pepsi e adicionou a Kolumbus na manga de
suas camisas para assegurar o pagamento dos salários do futebol.
Ainda assim, o gerente de futebol do clube, Edvar Simões, insistiu que o problema da guerra das
liminares entre Globo e SBT vai
afetar mais o rendimento da equipe em campo do que as finanças.
"O problema aconteceu [mudança nas decisões da Justiça", e o
clube tem que saber administrá-lo. O importante é que, pelo menos até a véspera, avisem-nos
qual será o horário do jogo. Se for
às 16h, em Marília (SP), os jogadores vão sofrer muito. Provavelmente vai estar muito quente",
declarou o dirigente corintiano.
Colaborou Ricardo Perrone,
da Reportagem Local
Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Indefinição de TVs promete ter novos capítulos Índice
|