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FUTEBOL
Com pouco espaço no calendário, campeão da competição, que terá a volta dos grandes, irá realizar só 11 partidas
Paulista-2003 é o mais curto desde 1938
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Em uma das edições mais inchadas da sua história, o Campeonato Paulista-2003, que começa
amanhã, terá uma margem de erro mínima para os 21 inscritos.
Para levar o título à sua sede, um
time vai precisar realizar apenas
11 partidas. Desde 1938, quando o
Corinthians foi campeão depois
de somente dez jogos, uma campanha vitoriosa no mais tradicional torneio estadual do país não
foi tão curta como agora.
O gargalo começa já na primeira
fase. Com pouco espaço no calendário, a FPF (Federação Paulista
de Futebol) dividiu os inscritos
em três grupos com sete agremiações em cada um deles. Assim, a
eliminação pode chegar depois de
míseros seis confrontos.
"Campeonato de tiro curto tem
uma dificuldade muito grande.
Você precisa vencer desde o começo. Qualquer bobeada não tem
volta, e uma derrota no início pode ter influência no resultado final", afirma Geninho, o novo treinador do Corinthians.
Para quem tem desfalques para
as rodadas iniciais, como é o caso
do São Paulo, a fórmula do Paulista deste ano é motivo ainda maior
de preocupação.
"Vamos começar desfalcados, e
isso pode ser um grande problema, pois são poucos jogos", diz
Oswaldo de Oliveira, técnico do
São Paulo, que não terá Kaká e Júlio Baptista, na seleção sub-23, e
Reinaldo, lesionado, para a estréia
da equipe, no domingo, em Jundiaí, diante do Paulista.
A preocupação dos comandantes de Corinthians e São Paulo
não existiu para atletas e técnicos
na maior parte da história do Estadual de SP. Quando era a vedete
do calendário dos clubes, o torneio tinha longos certames.
Na edição de 1978, que durou
praticamente um ano, o Santos
precisou entrar em campo inacreditáveis 56 vezes para levar a taça
de campeão. Mas a diminuição no
número de jogos não foi acompanhada de uma redução no número de clubes participantes.
O interminável Paulista de 1978,
por exemplo, tinha 20 equipes
inscritas, ou uma a menos da edição que começa amanhã com
dois jogos -Marília x Corinthians e Santo André x Santos.
Resgatado
O inchaço do Paulista acontece
pela falta de respeito às regras. Em
2001, o Guarani foi rebaixado. No
ano passado, não jogou o Estadual por ter disputado o Rio-SP,
assim como os outros clubes mais
importantes de São Paulo.
Agora, sem ter passado pela segunda divisão, a equipe de Campinas, que já teve como dirigente
Eduardo José Farah, presidente licenciado da FPF, está de volta à
elite do futebol paulista.
O rebaixamento, aliás, vai voltar
a ser uma ameaça real, se o regulamento for cumprido, para os
grandes. Entre 1998 e 2000, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e
Santos só entravam na disputa a
partir da segunda fase e não tinham como cair. Em 2001, até podiam, mas o que aconteceu com o
Guarani também iria ocorrer com
eles. Por fim, no ano passado,
nem jogaram o campeonato.
Quem ficar na disputa contra o
descenso vai jogar mais do que a
maioria das oito equipes que passarem da primeira fase.
Com exceção do eliminado com
melhor campanha, os clubes que
não chegarem às oitavas-de-final
irão disputar um novo torneio para definir os dois rebaixados. Serão dois grupos de seis equipes
cada, que jogarão entre si. O pior
colocado de cada chave cai.
No restante, o Paulista-2003 não
tem nenhuma grande "inovação",
marca da gestão de Farah.
Os cartões irão novamente servir como critério de desempate,
mas, desta vez, somente após a
utilização dos critérios tradicionais, como número de vitórias e
saldo de gols. Como em outras
edições, a FPF promete punir os
clubes que alinharem reservas em
seus jogos -Corinthians e Santos, que estão na Libertadores, são
os maiores candidatos a isso.
Colaboraram Marília Ruiz e Ricardo
Perrone, da Reportagem Local
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