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São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 2003

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FUTEBOL

Com pouco espaço no calendário, campeão da competição, que terá a volta dos grandes, irá realizar só 11 partidas

Paulista-2003 é o mais curto desde 1938

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Em uma das edições mais inchadas da sua história, o Campeonato Paulista-2003, que começa amanhã, terá uma margem de erro mínima para os 21 inscritos.
Para levar o título à sua sede, um time vai precisar realizar apenas 11 partidas. Desde 1938, quando o Corinthians foi campeão depois de somente dez jogos, uma campanha vitoriosa no mais tradicional torneio estadual do país não foi tão curta como agora.
O gargalo começa já na primeira fase. Com pouco espaço no calendário, a FPF (Federação Paulista de Futebol) dividiu os inscritos em três grupos com sete agremiações em cada um deles. Assim, a eliminação pode chegar depois de míseros seis confrontos.
"Campeonato de tiro curto tem uma dificuldade muito grande. Você precisa vencer desde o começo. Qualquer bobeada não tem volta, e uma derrota no início pode ter influência no resultado final", afirma Geninho, o novo treinador do Corinthians.
Para quem tem desfalques para as rodadas iniciais, como é o caso do São Paulo, a fórmula do Paulista deste ano é motivo ainda maior de preocupação.
"Vamos começar desfalcados, e isso pode ser um grande problema, pois são poucos jogos", diz Oswaldo de Oliveira, técnico do São Paulo, que não terá Kaká e Júlio Baptista, na seleção sub-23, e Reinaldo, lesionado, para a estréia da equipe, no domingo, em Jundiaí, diante do Paulista.
A preocupação dos comandantes de Corinthians e São Paulo não existiu para atletas e técnicos na maior parte da história do Estadual de SP. Quando era a vedete do calendário dos clubes, o torneio tinha longos certames.
Na edição de 1978, que durou praticamente um ano, o Santos precisou entrar em campo inacreditáveis 56 vezes para levar a taça de campeão. Mas a diminuição no número de jogos não foi acompanhada de uma redução no número de clubes participantes.
O interminável Paulista de 1978, por exemplo, tinha 20 equipes inscritas, ou uma a menos da edição que começa amanhã com dois jogos -Marília x Corinthians e Santo André x Santos.

Resgatado
O inchaço do Paulista acontece pela falta de respeito às regras. Em 2001, o Guarani foi rebaixado. No ano passado, não jogou o Estadual por ter disputado o Rio-SP, assim como os outros clubes mais importantes de São Paulo.
Agora, sem ter passado pela segunda divisão, a equipe de Campinas, que já teve como dirigente Eduardo José Farah, presidente licenciado da FPF, está de volta à elite do futebol paulista.
O rebaixamento, aliás, vai voltar a ser uma ameaça real, se o regulamento for cumprido, para os grandes. Entre 1998 e 2000, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos só entravam na disputa a partir da segunda fase e não tinham como cair. Em 2001, até podiam, mas o que aconteceu com o Guarani também iria ocorrer com eles. Por fim, no ano passado, nem jogaram o campeonato.
Quem ficar na disputa contra o descenso vai jogar mais do que a maioria das oito equipes que passarem da primeira fase.
Com exceção do eliminado com melhor campanha, os clubes que não chegarem às oitavas-de-final irão disputar um novo torneio para definir os dois rebaixados. Serão dois grupos de seis equipes cada, que jogarão entre si. O pior colocado de cada chave cai.
No restante, o Paulista-2003 não tem nenhuma grande "inovação", marca da gestão de Farah.
Os cartões irão novamente servir como critério de desempate, mas, desta vez, somente após a utilização dos critérios tradicionais, como número de vitórias e saldo de gols. Como em outras edições, a FPF promete punir os clubes que alinharem reservas em seus jogos -Corinthians e Santos, que estão na Libertadores, são os maiores candidatos a isso.


Colaboraram Marília Ruiz e Ricardo Perrone, da Reportagem Local


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