São Paulo, sábado, 24 de janeiro de 2004

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Técnico sub-23 ataca resolução

DA REPORTAGEM LOCAL

Para o treinador da seleção sub-23 da França, Raymond Domenech, a nova legislação para dupla nacionalidade da Fifa é prejudicial, pois permitirá que países com menor tradição se aproveitem do trabalho de base das potências do futebol. "Isso é errado. A França passará a formar jogadores para os países africanos. É como se fosse um presente para a África, agora faremos atletas para eles", disse, por telefone.
Segundo Domenech, os atletas acabam mudando de país por causa das pressões que sofrem. "É um erro também para o atleta, um erro impulsionado pelos pais. Se ele não mudar, fica mal com a família, com os amigos, sofre pressão política da comunidade."
O técnico acredita que as seleções de seu país sairão prejudicadas. "Nosso trabalho fica muito mais difícil. E isso vai acabar acontecendo até aí no Brasil, com alguém indo para Portugal, por exemplo", disse.
O secretário-geral-adjunto da Fifa, o francês Jérôme Champagne, defendeu a posição dos "ex-franceses". "Muitos países africanos tiveram seus jogadores roubados. É uma correção do legado histórico", disse à Folha. "É injusto impedir um atleta de ter carreira internacional só porque ele jogou duas partidas em um time de base de um país cuja seleção principal ele nunca vai alcançar."
"Não estamos tirando atletas da França. Se o atleta tiver condições de jogar pela França, tem a opção de fazê-lo, se quiser." (MVM)


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