DA REPORTAGEM LOCAL

Bernie Ecclestone decidiu agir. E ontem, após semanas de provocações entre a FIA (entidade máxima do automobilismo) e as montadoras, pôs na rua o seu plano para garantir o futuro da F-1.
Em uma reportagem do "Sunday Times", da Inglaterra, o principal executivo da categoria propôs uma troca: se as equipes aceitarem renovar o Pacto de Concórdia até 2015, ele comprará de volta os 75% de ações da Slec que hoje estão com bancos europeus.
Assinado em 1998 e válido até 31 de dezembro de 2007, o pacto é o contrato que rege todas as relações comerciais na F-1. É esse documento que estipula, por exemplo, quanto cada time recebe pelos direitos de TV, uma das causas de insatisfação das montadoras.
O descontentamento é tão grande que, em 2001, BMW, DaimlerChrysler, Fiat, Ford e Renault fundaram uma empresa, a GPWC, e anunciaram a criação de um campeonato paralelo a partir de 2008 -quando acaba o pacto.
De lá para cá, a GPWC conversou com Ecclestone e o ambiente melhorou. Mas, nas últimas semanas, as relações voltaram a ficar tensas, com as críticas das fábricas às novas regras da F-1.
O que Ecclestone tenta oferecer, agora, é dinheiro para salvar times em dificuldade. Em troca de um novo pacto, ele se dispõe a recuperar os 100% da Slec, empresa que gere comercialmente a F-1 e cujas ações ele começou a vender há quatro anos para os bancos.
"Se as equipes renovarem o compromisso de ficarem na F-1 até 2015, acho que minha família não vai se opor a comprar novamente as ações", disse o inglês.
Brian Powers, diretor da Slec, foi mais direto. Afirmou que muitas equipes hoje pedem dinheiro à empresa. "Mas, em troca, precisamos de estabilidade."
As montadoras de automóveis, hoje, controlam ou têm ligações com 7 dos 10 times da categoria: Ferrari (Fiat), Williams (BMW), McLaren (DaimlerChrysler), Toyota, Renault, BAR (Honda) e Jaguar (Ford).


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