|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VÔLEI
Presidente da confederação convida amigos para CT e promete cobrir gastos
Casa de seleções vira resort de dirigente no Carnaval
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Empresários, amigos e familiares do presidente da Confederação Brasileira de Vôlei, Ary Graça
Filho, irão passar o Carnaval, alguns com todas as despesas pagas, no CT de Saquarema, no RJ.
Aberto em 2003, o centro foi
construído com investimento de
R$ 3,6 milhões do governo federal. Sua função é abrigar os treinamentos das seleções adultas e de
base e de duplas de vôlei de praia.
Foram convidadas cerca de 145
pessoas, incluindo jogadores, que
lotaram os cerca de 30 quartos.
Ontem, poucos haviam chegado.
Apenas um quarto, afastado dos
demais, não estava reservado.
O CT fica em frente à praia e
conta com quadras de vôlei, de tênis, campo de futebol, piscina, refeitório, sauna seca e a vapor, banheiras de hidromassagem e um
lago, entre outras atrações.
O presidente da confederação
afirmou que alguns convidados
irão arcar com seus gastos. Não
soube, porém, informar o valor.
"Não é nada significativo."
Segundo Graça, o cálculo ficará
a cargo dos responsáveis pela alimentação, que são terceirizados.
O restante será custeado por ele.
"Eu já fiz isso antes, no ano passado. Pago do meu bolso e mostro
o recibo na frente de todos os funcionários", afirmou ele, que calcula um gasto de cerca de R$ 10
mil até a Quarta-Feira de Cinzas.
Empresas que quiserem fazer
eventos no CT devem desembolsar cerca de R$ 90 por pessoa por
dia, com refeições incluídas.
"Dediquei a minha vida toda ao
vôlei. Não vejo problema em gastar esse dinheiro. O esporte hoje é
um orgulho. E todo mundo sabe o
que vai acontecer", disse Graça.
Segundo o dirigente, a viagem é
uma ação de marketing e até mobilizou os profissionais responsáveis pela área na CBV.
Seu objetivo é apresentar o local
a empresários que possam usá-lo
futuramente ou investir no vôlei.
"O CT tem um custo. Durante
parte do ano, ele fica semi-aproveitado. Queremos conseguir que
ele se banque", justificou.
Entre os convidados para o Carnaval está Marcos Pina, diretor da
Sports Marketing and Promotion,
parceira de longa data da CBV.
Além de ser alugado para empresas, o CT já foi ocupado por algumas confederações olímpicas.
Hoje, a maior parte da renda da
CBV é oriunda de dinheiro público. O patrocínio do Banco do Brasil rendeu à entidade mais de R$
104 milhões de 2001 a 2005. A outra fonte é a Lei Piva, que no ano
passado destinou à confederação
cerca de R$ 1,5 milhão.
O centro de Saquarema também precisou de ajuda pública
para ser construído. Além dos R$
3,6 milhões do governo federal, o
terreno de 108 mil metros quadrados foi cedido pela prefeitura.
Na inauguração, jogadores da
seleção reclamaram do isolamento do CT, que fica a cerca de uma
hora e 40 minutos do Rio.
Texto Anterior: Almirante Próximo Texto: Frase Índice
|