São Paulo, sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

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VÔLEI

Presidente da confederação convida amigos para CT e promete cobrir gastos

Casa de seleções vira resort de dirigente no Carnaval

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Empresários, amigos e familiares do presidente da Confederação Brasileira de Vôlei, Ary Graça Filho, irão passar o Carnaval, alguns com todas as despesas pagas, no CT de Saquarema, no RJ.
Aberto em 2003, o centro foi construído com investimento de R$ 3,6 milhões do governo federal. Sua função é abrigar os treinamentos das seleções adultas e de base e de duplas de vôlei de praia.
Foram convidadas cerca de 145 pessoas, incluindo jogadores, que lotaram os cerca de 30 quartos. Ontem, poucos haviam chegado. Apenas um quarto, afastado dos demais, não estava reservado.
O CT fica em frente à praia e conta com quadras de vôlei, de tênis, campo de futebol, piscina, refeitório, sauna seca e a vapor, banheiras de hidromassagem e um lago, entre outras atrações.
O presidente da confederação afirmou que alguns convidados irão arcar com seus gastos. Não soube, porém, informar o valor. "Não é nada significativo."
Segundo Graça, o cálculo ficará a cargo dos responsáveis pela alimentação, que são terceirizados. O restante será custeado por ele.
"Eu já fiz isso antes, no ano passado. Pago do meu bolso e mostro o recibo na frente de todos os funcionários", afirmou ele, que calcula um gasto de cerca de R$ 10 mil até a Quarta-Feira de Cinzas.
Empresas que quiserem fazer eventos no CT devem desembolsar cerca de R$ 90 por pessoa por dia, com refeições incluídas.
"Dediquei a minha vida toda ao vôlei. Não vejo problema em gastar esse dinheiro. O esporte hoje é um orgulho. E todo mundo sabe o que vai acontecer", disse Graça.
Segundo o dirigente, a viagem é uma ação de marketing e até mobilizou os profissionais responsáveis pela área na CBV.
Seu objetivo é apresentar o local a empresários que possam usá-lo futuramente ou investir no vôlei.
"O CT tem um custo. Durante parte do ano, ele fica semi-aproveitado. Queremos conseguir que ele se banque", justificou.
Entre os convidados para o Carnaval está Marcos Pina, diretor da Sports Marketing and Promotion, parceira de longa data da CBV.
Além de ser alugado para empresas, o CT já foi ocupado por algumas confederações olímpicas.
Hoje, a maior parte da renda da CBV é oriunda de dinheiro público. O patrocínio do Banco do Brasil rendeu à entidade mais de R$ 104 milhões de 2001 a 2005. A outra fonte é a Lei Piva, que no ano passado destinou à confederação cerca de R$ 1,5 milhão.
O centro de Saquarema também precisou de ajuda pública para ser construído. Além dos R$ 3,6 milhões do governo federal, o terreno de 108 mil metros quadrados foi cedido pela prefeitura.
Na inauguração, jogadores da seleção reclamaram do isolamento do CT, que fica a cerca de uma hora e 40 minutos do Rio.


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