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FUTEBOL
RODRIGO BUENO
@RodrigoBuenoESP
rodrigo.bueno@grupofolha.com.br
Preciso de 8 federações e 5 clubes para concorrer
NUNCA tinha visto o Estatuto da CBF até ontem. Além
dessa confissão, admito que
procurei me informar sobre
isso com interesses um tanto
quanto pessoais. Queria saber o que preciso fazer para
poder me candidatar a presidente da CBF em 2015.
Com a ajuda do colega
Rodrigo Mattos, descobri
que preciso ter no mínimo o
apoio de oito federações estaduais e de cinco clubes da
Série A para concorrer.
Meu potencial adversário
é o favorito, seja ele Ricardo
Teixeira (26 anos no cargo,
a menos que protestos, renúncia, Fifa ou morte o tirem de lá), seja ele Marcelo
Campos Pinto (TV Globo),
seja ele Andres Sanchez
(Corinthians), seja ele qualquer outra pessoa alinhada
com o atual dono da CBF.
A inspiração para minha
campanha veio de Grant
Wahl, jornalista americano
de 37 anos que ousou concorrer à presidência da Fifa
-ele precisa do apoio de só
1 entre 208 federações, missão mais fácil que a minha.
Em entrevista à Folha,
Wahl apresentou suas credenciais básicas: ama futebol, é honesto e se preocupa
com os torcedores. Tenho isso tudo, só que sou menos
ambicioso (a CBF estaria de
bom tamanho para mim).
O momento é o melhor
possível para mudanças. Os
fracos e prepotentes clubes
brasileiros, mal dirigidos há
décadas, estão divididos de
vez. Uns se curvaram ao tirano Ricardo Teixeira, e outros bocejam desde os anos
80 no frouxo Clube dos 13.
Nasceram a Champions
League e a Premier League,
exemplos de sucesso que
deviam ter sido copiados faz
tempo por aqui, mas nada.
Gula, avareza, inveja, ira,
soberba, luxúria e preguiça
podem levar a um 2012 sem
Brasileiro. Isso a dois anos
da Copa no Brasil, um escândalo atrás de escândalo,
algo que já esperávamos.
A onda de protestos nos
países árabes, lembrando
um pouco o fim de ditaduras
no Leste europeu (época em
que Ricardo Teixeira já estava na CBF), parece inspirar pequenas rebeldias, como a dos estudantes do Arquidiocesano contra o preço
do pão de queijo na cantina.
Muitos desses garotos devem adorar o organizado futebol europeu e curtir um time estrangeiro. Como não
entendê-los? Estão prestes
a ganhar a "Taça das Bolinhas" desta nova geração.
O futebol brasileiro andou 25 anos para trás. Assim, #RodrigoBuenonaCBF.
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