UOL


São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

São Paulo admite que desânimo pode atrapalhar na Copa do Brasil

PAULO GALDIERI
RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Kaká chorou por não jogar. E a missão de se lamuriar pelo vice-campeonato paulista coube a Oswaldo de Oliveira e a Ricardinho, porta-vozes do São Paulo.
Os dois afirmaram temer que o desalento do time contamine a atuação pela Copa do Brasil.
A reação tem de ser rápida, afinal, quarta-feira o adversário é o Gama, em Brasília.
"Temos de sentir a dor de uma derrota. Todo mundo fica chateado, não é só o torcedor", disse Ricardinho, que admitiu que seu atual time é "freguês" de sua ex-equipe. "É lógico que todos ficaram chateados e é assim que deve ser", completou o meia.
Suas palavras de alento, porém, vêm em forma de chavão: "A vida continua". A mesma frase foi usado pelo treinador.
Oliveira sabe que o aspecto psicológico está afetando os são-paulinos. Eles se deixaram levar pelas provocações corintianos e entraram em campo com os nervos à flor da pele. A expulsão prematura de Reinaldo, irritado com Vampeta, é prova disso.
Tanto a raiva quanto o abatimento foram reações diante das condições adversas. ""O ser humano sofre a influência da altitude, da temperatura, da umidade e também do lado psicológico. Pode reduzir a produtividade de um jogador", afirmou Oliveira.
Segundo o supervisor da equipe, Marco Aurélio Cunha, o clima nos bastidores do Morumbi é de tristeza e conformismo com a superioridade do oponente. O lateral -direito Gabriel traduziu o sentimento: "Corremos muito, mas só isso não foi suficiente para vencermos o Corinthians".
Espantando o fantasma da demissão, Oliveira também encarou o tropeço como normal. "A derrota para o Corinthians, realmente, não pode nos influenciar. É claro que todo mundo vai sentir porque somos seres humanos."
E resumiu: "Precisamos trabalhar o lado emocional. Vamos sentir, sim. Mas isso não pode influenciar. Se você não consegue se reerguer, é melhor parar porque é assim que funciona".
Além da cabeça, o São Paulo não está bem do pé também. Kaká chorou ao saber que não poderia jogar a final e seria desconvocado para o amistoso da seleção.
A informação foi dada pelo médico são-paulino, José Sanchez, que disse que o meia mal conseguia andar e ficaria três semanas sem jogar. Mesmo com esse diagnóstico, Kaká, assistindo à partida das tribunas, pulou muito nos gols e mostrou disposição também para discutir com uma torcedora são-paulina que, sem apresentar a histeria comum às kakazetes, criticou o time. Seguranças separaram Kaká da confusão.
"Pela idade, é um rapaz muito responsável. É até difícil dizer o quanto ele queria jogar essa partida", disse o médico.
Já o goleiro Rogério se contundiu no final da partida, no choque com Jorge Wagner, no terceiro gol corintiano. O são-paulino recebeu cinco pontos cirúrgicos na ferida que ganhou no joelho. Ele deve ser substituído por Roger para a partida pela Copa do Brasil.
O time também tem no departamento médico o lateral-direito Leonardo. Já o atacante Luis Fabiano ainda se queixa do joelho.


Texto Anterior: Guerra muda time de hotel no México
Próximo Texto: Em final tumultuada, juiz vai mal e ofusca 22º título do Vasco no Rio
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.