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São Paulo admite que desânimo
pode atrapalhar na Copa do Brasil
PAULO GALDIERI
RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL
Kaká chorou por não jogar. E a
missão de se lamuriar pelo vice-campeonato paulista coube a Oswaldo de Oliveira e a Ricardinho,
porta-vozes do São Paulo.
Os dois afirmaram temer que o
desalento do time contamine a
atuação pela Copa do Brasil.
A reação tem de ser rápida, afinal, quarta-feira o adversário é o
Gama, em Brasília.
"Temos de sentir a dor de uma
derrota. Todo mundo fica chateado, não é só o torcedor", disse Ricardinho, que admitiu que seu
atual time é "freguês" de sua ex-equipe. "É lógico que todos ficaram chateados e é assim que deve
ser", completou o meia.
Suas palavras de alento, porém,
vêm em forma de chavão: "A vida
continua". A mesma frase foi usado pelo treinador.
Oliveira sabe que o aspecto psicológico está afetando os são-paulinos. Eles se deixaram levar
pelas provocações corintianos e
entraram em campo com os nervos à flor da pele. A expulsão prematura de Reinaldo, irritado com
Vampeta, é prova disso.
Tanto a raiva quanto o abatimento foram reações diante das
condições adversas. ""O ser humano sofre a influência da altitude,
da temperatura, da umidade e
também do lado psicológico. Pode reduzir a produtividade de um
jogador", afirmou Oliveira.
Segundo o supervisor da equipe, Marco Aurélio Cunha, o clima
nos bastidores do Morumbi é de
tristeza e conformismo com a superioridade do oponente. O lateral -direito Gabriel traduziu o sentimento: "Corremos muito, mas
só isso não foi suficiente para vencermos o Corinthians".
Espantando o fantasma da demissão, Oliveira também encarou
o tropeço como normal. "A derrota para o Corinthians, realmente, não pode nos influenciar. É claro que todo mundo vai sentir porque somos seres humanos."
E resumiu: "Precisamos trabalhar o lado emocional. Vamos
sentir, sim. Mas isso não pode influenciar. Se você não consegue se
reerguer, é melhor parar porque é
assim que funciona".
Além da cabeça, o São Paulo
não está bem do pé também. Kaká chorou ao saber que não poderia jogar a final e seria desconvocado para o amistoso da seleção.
A informação foi dada pelo médico são-paulino, José Sanchez,
que disse que o meia mal conseguia andar e ficaria três semanas
sem jogar. Mesmo com esse diagnóstico, Kaká, assistindo à partida
das tribunas, pulou muito nos
gols e mostrou disposição também para discutir com uma torcedora são-paulina que, sem apresentar a histeria comum às kakazetes, criticou o time. Seguranças
separaram Kaká da confusão.
"Pela idade, é um rapaz muito
responsável. É até difícil dizer o
quanto ele queria jogar essa partida", disse o médico.
Já o goleiro Rogério se contundiu no final da partida, no choque
com Jorge Wagner, no terceiro
gol corintiano. O são-paulino recebeu cinco pontos cirúrgicos na
ferida que ganhou no joelho. Ele
deve ser substituído por Roger
para a partida pela Copa do Brasil.
O time também tem no departamento médico o lateral-direito
Leonardo. Já o atacante Luis Fabiano ainda se queixa do joelho.
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