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São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 2003

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AUTOMOBILISMO

GP da Malásia coroa novo regulamento, evidencia boa fase da McLaren e mostra que Ferrari terá dureza

Raikkonen voa e vence pela 1ª vez na F-1

Jimin Lai/France Presse
Antonio Pizzonia e seu Jaguar atingem o Williams de Juan Pablo Montoya


Andy Wong/Associated Press
Kimi Raikkonen comemora sua primeira vitória na F-1


FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SEPANG

Desta vez não choveu, o safety-car não foi acionado e peças de carros não saíram voando pela pista. Na primeira prova do ano sem essas interferências externas, mais uma vez a nova F-1 venceu.
Com um banho de estratégia e um carro muito mais veloz do que o da Ferrari, Kimi Raikkonen levou o GP da Malásia, na madrugada de ontem, em Sepang.
O ferrarista Rubens Barrichello foi o segundo colocado, seguido por Fernando Alonso, da Renault. O pentacampeão Michael Schumacher ficou só em sexto.
Foi a segunda vitória da McLaren em dois GPs -David Coulthard ganhou na Austrália- e a primeira do finlandês. Aos 23 anos e 157 dias, tornou-se o quarto piloto mais jovem a vencer.
Em Melbourne, uma dúvida ficou no ar: se as emoções daquela corrida haviam sido fruto do novo regulamento ou dos incidentes provocados pela chuva.
Ontem, essa e qualquer outra suspeita foram por terra. O novo regulamento só deixou certezas.
A principal delas, a de que a Ferrari terá um ano complicado.
A equipe, que venceu os quatro últimos Mundiais de Construtores, hoje é a vice-líder. Schumacher, que tem três títulos seguidos, é o sexto entre os pilotos.
Na Malásia, os problemas da Ferrari começaram no sábado. Mesmo com o carro leve, para dois pit stops, o alemão obteve só o terceiro lugar no grid, atrás dos Renault de Alonso e Jarno Trulli, que seguiam estratégia parecida.
Na largada, Schumacher se embananou de vez. Na segunda curva, tentando fugir do ataque de Coulthard, acertou o carro de Trulli. Precisou parar, trocar o bico e foi punido pelo acidente.
Lá na frente, Raikkonen, que largara em sétimo, aproveitou a confusão e avançou para quarto. No 14º giro, com o pit do espanhol, assumiu a liderança do GP.
Ao volante do MP4/17D, versão atualizada do McLaren de 2002, o finlandês, então, passou a brilhar.
Deixou a ponta por duas voltas, após o primeiro pit, e, retornando à liderança, voou na pista. Abriu tanta vantagem que, na 40ª volta, se deu ao luxo de ir para os boxes e voltar na liderança, com 22 segundos de folga para Barrichello.
Até a McLaren parece ter ficado assustada com a vontade de Raikkonen. Nas últimas voltas, na placa mostrada ao piloto na reta principal, a equipe colocou a expressão "easy" (em inglês, pedindo para que aliviasse o ritmo).
Ele se fez de desentendido e chegou 39s286 à frente do brasileiro.
"Acho que só amanhã [hoje] vou entender o significado dessa vitória. Vou voltar logo para casa, então não terei tempo para festejar", disse Raikkonen, cuja frieza lhe rendeu o apelido de "homem de gelo". "Consegui me livrar dos problemas na largada, e isso foi determinante. Tentei pressionar o Alonso no começo, mas estava difícil. Felizmente ele foi para os boxes antes, eu pude ficar na pista e impor o ritmo que queria."
Com experiência de apenas 17 corridas em monopostos, Raikkonen precisou de uma autorização especial da FIA para estrear na F-1, em 2001. Dois anos depois, assumiu, pela primeira vez, a liderança do Mundial. Algo que nem ele esperava. "Para ser sincero, não achava que fosse possível vencer essa corrida", disse ontem.
Normal. Com este regulamento, ninguém acha mais nada. Ponto para Max Mosley, presidente da FIA, e suas regras malucas.


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