São Paulo, sábado, 24 de março de 2007

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pra frente, Brasil

Dunga, enfim, põe seleção no ataque

Técnico cede a clamor popular e de críticos e escala Ronaldinho, Kaká e Robinho juntos no amistoso contra o Chile

Treinador se atrapalha ao explicar mudanças, que são feitas depois do primeiro revés do Brasil sob seu comando, contra Portugal

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A GOTEMBURGO

Logo na primeira vez em que é pressionado, Dunga, o técnico da seleção, cedeu ao clamor popular e dos críticos. E se atrapalhou para explicar o motivo.
No amistoso contra o Chile, hoje, às 12h, na Suécia, o treinador vai mandar seu time ao ataque. Kaká, Ronaldinho e Robinho enfim vão jogar juntos.
E isso à custa do sacrifício de um volante de marcação. Fred segue como centroavante. Elano, um meia ofensivo, também permanece na equipe, que assim só terá Gilberto Silva como especialista na marcação do meio-campo para frente.
Na quinta-feira, quando chegou na Suécia, Dunga disse que a escalação de Ronaldinho, Kaká e Robinho juntos dependia de treinamentos. Ontem, porém, o coletivo em Gotemburgo durou cerca de 30 minutos e ainda aconteceu com o time reserva sendo completado por jogadores que atuam no inexpressivo Campeonato Sueco.
Ontem, o treinador negou o que havia dito na véspera. "O que eu disse foi que eu nunca falei que eles não poderiam atuar juntos", disse, em tensa conversa com os jornalistas.
A mudança radical na forma do time jogar acontece depois do primeiro e único revés da seleção sob o comando de Dunga -contra Portugal, no mês passado. Ele nega que a pressão do resultado ruim tenha causado a sua mudança de opinião.
"Essa formação já deveria ter sido usada contra Portugal, mas a contusão do Ronaldinho não permitiu", afirmou o treinador, que também apontou o jogador do Barcelona como responsável por, até aqui, o defensivismo da sua seleção.
"O Ronaldinho não tinha a condição física ideal", falou o treinador gaúcho, que nos sete jogos da seleção sob o seu comando havia optado por formações bem mais cautelosas.
Dunga evitou fazer comparações do time que manda a campo hoje com o "quadrado mágico" de Carlos Alberto Parreira que naufragou na Copa. Mas repetiu o discurso do antecessor ao explicar o que deve acontecer para a sua escalação contra os chilenos funcionar.
"Os laterais vão continuar com liberdade para atacar. O pessoal da frente é que vai ter que ajudar para o time a se recompor", declarou Dunga, que viu até os próprios jogadores mostrarem vontade de ter Ronaldinho de volta ao time. "Eu e o Ronaldinho podemos jogar juntos, sim. Já tivemos muito sucesso, como na Copa das Confederações [em 2005, na Alemanha]", defendeu Kaká.
Resgatado para o time titular, Ronaldinho negou que pensou em abandonar a seleção e disse que está disposto a jogar a Copa América. Ele também deixou aberta a possibilidade de ir para o Milan. "Estou feliz no Barcelona, mas a gente nunca sabe o que pode acontecer."


NA TV - Brasil x Chile
Globo, ao vivo, às 12h



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