São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 2008

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JUCA KFOURI

O Palmeiras sobra na turma



Valdivia e cia vencem sem forçar, enquanto os outros pretendentes às semifinais sofrem em suas partidas
SE VOCÊ somar os quatro tempos dos jogos de ontem no Morumbi e no Brinco de Ouro não conseguirá ver nem meio tempo de bom futebol.
Corinthians e São Paulo, um do G4 e o outro nas proximidades, coadjuvados pelos lanternas Rio Claro e Guarani, foram simplesmente deprimentes na tarde do Domingo de Páscoa. Foram 180 minutos de passes errados, arremates mal dados, contra-ataques desperdiçados e, em resumo, maus tratos à bola.
O mistério, no caso, mora mais no dono do Morumbi, que jogou no Brinco de Ouro. Porque chega a ser assustador como o São Paulo não consegue, com os jogadores que tem, nem sequer lembrar o bom time que já foi.
Do Corinthians não se espera muito e o alvinegro não se faz de rogado, mostra pouco mesmo, quase nada, embora esteja um ponto adiante do São Paulo e apenas um atrás do Palmeiras, com folha salarial incomparavelmente menor.
Seja como for, como era de se prever, e se previu, o Trio de Ferro venceu seus jogos do fim de semana e permaneceu na luta com Guaratinguetá e Ponte Preta para fazer as semifinais deste paupérrimo, em termos técnicos e de comparecimento de torcida (menos de 6.500 torcedores em média até aqui), campeonato estadual. Mas se era de se prever também o sofrimento da Ponte Preta para passar pelo Sertãozinho, não só foi surpreendente a facilidade da vitória do Palmeiras em Jundiaí como foram angustiantes as atuações de Corinthians e São Paulo, vitoriosas apenas porque Dentinho achou um gol no Morumbi e a estrela de Borges brilhou em Campinas tão logo ele pisou o gramado do Brinco de Ouro, no segundo tempo. O fato é que o Palmeiras está sobrando na turma.
É verdade que do mesmo modo que se pode dizer, como disse mestre Tostão dia desses, que a vitória esmeraldina sobre o São Paulo pode ser vista como enganosa porque imediatamente antes de impor a goleada por 4 a 1 houve um gol perdido por Adriano, no sábado, contra o Paulista, o goleiro Marcos teve de fazer um milagre logo com dois minutos de jogo, antes que Alex Mineiro ganhasse um presente, três minutos depois, para abrir o placar e tornar tudo fácil, extremamente fácil.
Mas será coincidência que só o Palmeiras venha se beneficiando de tais circunstâncias? Que culpa tem o alviverde se os outros desperdiçam oportunidades e ele as aproveita, como também Valdivia aproveitou para matar o jogo ainda no primeiro tempo?
Nenhum adversário do Paulista havia saído de Jundiaí sem suar muito, e o Palmeiras foi e voltou a passeio, com pose de campeão. Já o Santos tem pose de lutador.
Depois do inferno de Oruro, o lamaçal de Guaratinguetá. De quebra, no Vale do Paraíba, outro árbitro a roubar-lhe um pênalti claro. E se o Barueri também se comportou como estava previsto e não passou pelo Marília, o time de Emerson Leão, contra dez do Guará em todo o segundo tempo, foi o único a quebrar a bola de cristal, com um golaço de Marcinho Artilheiro, isto é, Guerreiro, que manteve o Peixe vivo no aguaceiro de Guará.

blogdojuca@uol.com.br


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