Artilheiro se esquiva de perguntas sobre o seu desempenho e ressalta o grupo

Na história, jovem goleador é superado só por Heitor Marcelino, que, em 1918, fez 23 gols nos 16 primeiros jogos do ano pelo Palmeiras

DA REPORTAGEM LOCAL

O atacante de melhor média de gols de toda a história do Palmeiras até o momento não gosta de falar sobre suas marcas. Tímido, Keirrison, ainda parece mais à vontade sob os holofotes dos estádios do que na hora de comentar façanhas.
"Tenho minhas metas, mas não vou falar", disse o camisa 9, ontem, escapando pela terceira vez do "assunto Keirrison".
O artilheiro do Campeonato Paulista, de volta à equipe que recebe o Bragantino, hoje, às 19h30, no Parque Antarctica, só levanta a cabeça quando termina suas respostas.
A maior parte delas, aliás, prefere responder em terceira pessoa. E, mesmo quando não há outra alternativa que não seja falar sobre si, Keirrison opta pelo coletivo.
"Sempre falei que, sozinho, eu não vou conseguir. Tem a ajuda do elenco, da comissão técnica, da família, de todo mundo", disse, indagado sobre a impressionante marca de 16 gols em 14 partidas pelo clube.
A média de 1,14 gol por jogo o fez superar Humberto Tozzi, que atuou no Palmeiras nas décadas de 50 e 60 e terminou a carreira com 0,93 gol por partida -126 gols em 135 jogos.
Na história, apenas um jogador bate os números atuais de Keirrison em uma temporada. Em 1918, Heitor Marcelino marcou 23 gols nas 16 primeiras partidas do ano, média de 1,43. A diferença é que ele estava em seu terceiro ano de clube.
Os 12 tentos marcados neste Estadual deixam Keirrison, um dos goleadores do último Brasileiro, pelo Coritiba, no topo da lista de artilheiros. Mas nem adianta perguntar ao atleta o que ele pensa a respeito.
"Primeiro, vou ajudar o Palmeiras a alcançar seus objetivos. Depois, pensarei nos meus", afirmou o atacante, que marcou 13 gols nos dez primeiros jogos da temporada.
No único instante da coletiva de ontem em que o centroavante ergueu a cabeça e falou mais duro foi para comentar o acidente de carro sofrido no último sábado, em Curitiba.
Quando um jornalista brincou com a possibilidade de Keirrison "ganhar" um carro novo pelo fato de o veículo em que ele e seu irmão estavam ter ficado destruído, o jogador fechou a cara e respondeu: "Queria ver se tivesse sido com você se estaria dando risada".


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