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Frente se contrapõe a lobby dos clubes
Com COB desgastado, confederações articulam movimento para manter quinhão na Lei Piva, cobiçado por agremiações
Comitê, que sofre críticas de gasto com burocracia, dá aval a iniciativa de filiados, que visam demonstrar que têm despesas com o esporte
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o crescimento do lobby
dos clubes para obter parte da
Lei Piva, que já ganhou até
apoio do governo federal, confederações de esportes olímpicos articulam movimento para
evitar perda de seus recursos. A
mobilização tem aval do COB,
ao qual elas são filiadas.
Em abril, dirigentes olímpicos deverão se reunir para decidir a estratégia a ser adotada.
Mas, em conversas preliminares, há o consenso de que é preciso mostrar os gastos esportivos das confederações com a
verba federal. Foram R$ 34,2
milhões apenas em 2008.
Os dirigentes olímpicos querem amenizar as críticas dos
clubes aos gastos do COB com
burocracia, que chegaram a R$
17,2 milhões no ano passado.
Parte dos dirigentes vê a imagem do comitê como desgastada para defendê-los. E fazem
críticas ao excesso de despesas
administrativas da entidade.
Mas a maioria das entidades
disse que o COB apoia o movimento e faz elogios à diretoria.
"Há uma grave confusão nesta discussão. Vou gastar R$ 1
milhão para mandar delegação
de nadadores para o Mundial
de Roma. Vamos pagar passagens e estadia. De quem são os
atletas? Dos clubes", disse o
presidente da Confederação
Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Coaracy Nunes.
Para o cartola, é preciso que
os clubes gerem novas receitas,
o que repete o discurso do COB.
Uma das ideias é mostrar que
as confederações cobrem despesas dos clubes. Fora que há
quem dê contribuições a agremiações, como a Confederação
Brasileira de Atletismo (CBAt).
"Temos programas na confederação de apoio aos clubes. E
repassado dinheiro a atletas de
alto nível, jovens talentos e
treinadores que são dos clubes.
E ainda contribuímos para a
construção de CTs, que são deles", explicou Roberto Gesta
Mello, presidente da CBAt.
Pela sua conta, sua entidade
destina R$ 3 milhões por ano
aos clubes. Sua fatia na Lei Piva
é menor: R$ 2,5 milhões.
"Não vejo nenhum problema
de dar esses recursos diretamente aos clubes. Mas quem
vai receber? Quem será beneficiado? Tem que haver um critério", defendeu Gesta.
Essa é outra crítica das confederações. Elas alegam que os
oito membros do Conselho de
Clubes Formadores (Confao),
que reivindicam as verbas, representam só parte do total.
Lembram que há clubes menores que formam os atletas.
"No boxe, os atletas são formados por academias. Nem
acho que devo entrar na discussão", contou Luiz Cláudio Boselli, vice-presidente da Confederação de Boxe, que ainda não
foi chamado para o grupo.
"São poucos clubes que estão
reivindicando. Temos atletas
de judô que saíram da academia. Se ficar no clube ou lá, não
vai a lugar nenhum. Não desenvolve", afirmou o presidente da
Confederação Brasileira de Judô, Paulo Wanderley.
Após sua reunião, os dirigentes olímpicos querem encontro
com os clubes para discutir formas de colaboração. Não se fala
em participação do COB.
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