São Paulo, quarta, 24 de março de 1999

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FUTEBOL

Conmebol confirma jogo da Libertadores no Paraguai um dia depois do assassinato do vice-presidente do país
Equipe enfrenta o Cerro sob tensão

da Reportagem Local

Mesmo sob o clima de tensão que tomou conta do Paraguai ontem, com o assassinato de seu vice-presidente, Luis María Argaña, a Confederação Sul-Americana de Futebol decidiu manter o jogo de hoje entre Corinthians e Cerro Porteño.
Corinthians e Cerro vão se enfrentar às 21h40, no estádio La Olla, em Assunção, pela Taça Libertadores da América.
Com o time completo, graças à liberação do atacante Fernando e do lateral Índio da seleção sub-20 para o jogo de hoje, o Corinthians quer decidir, com uma vitória, a sua classificação para a próxima fase da competição.
O vice-presidente paraguaio foi morto em um ataque de um grupo armado pela manhã, pouco depois da decolagem do avião que conduzia os corintianos ao Paraguai.
O vôo 902 da Varig, que levava a delegação do Corinthians e deveria ter deixado o aeroporto internacional de São Paulo às 9h15, mas só decolou às 9h35, foi o último do Brasil a pousar em solo paraguaio.
Depois disso, por ordem do presidente Raúl Cubas, as fronteiras daquele país foram fechadas para evitar a fuga dos autores do crime.
"Foi uma surpresa quando desembarcamos. Ficamos sabendo do atentado no aeroporto, por meio de jornalistas que nos aguardavam", contou o diretor de futebol do Corinthians, Carlos Nujud.
O zagueiro paraguaio Gamarra foi o mais assediado. Ele se disse triste com o episódio, mas evitou falar da política de seu país.
O trajeto da delegação corintianaaté o hotel onde o time se concentra incluía a região onde ocorreu o assassinato, mas foi alterado.
"Íamos passar na rua do atentado, mas, com o desvio, para nós foi como se nada tivesse acontecido. Como o hotel fica a cerca de 15 quilômetros do centro de Assunção, só acompanhamos os problemas pela televisão", disse Nujud.
As barreiras policiais nas estradas de acesso ao hotel eram os únicos indicativos para os brasileiros do clima de tensão no país.
Por precaução, a diretoria corintiana suspendeu a visita de reconhecimento ao estádio do Cerro, que estava marcada para a tarde de ontem. O time fez apenas um treino leve no campo do hotel.
"Nossa maior preocupação é com a segurança durante a partida", disse Carlos Nujud.
O técnico Evaristo de Macedo disse esperar um adversário difícil, apesar da goleada de 8 a 2 que o Cerro levou na primeira partida entre as duas equipes, no Pacaembu. "Foi um resultado fora-de-série, que não se repete."



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