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FUTEBOL
Diretoria do clube faz hoje última reunião com o banco, que não aceita exigências feitas após o título brasileiro
Fracassa contrato com banco Icatu
JUCA KFOURI
da Equipe de Articulistas
Hoje à tarde, a direção do Corinthians e do banco Icatu farão aquela que deve ser a última reunião entre ambos para tratar do acordo de
parceria que vem sendo discutido
desde o ano passado.
Embora nenhuma das partes
confirme, a reunião será mesmo a
derradeira, porque o acordo não
será assinado.
Mais do que a crise que afeta o
país, as novas exigências do Corinthians depois que seu time foi campeão brasileiro teriam abalado a
confiança do banco, certo de que a
relação tenderia a piorar se o contrato viesse a ser assinado.
O Corinthians e o Icatu haviam
assinado um pré-contrato para
que o banco assumisse a gestão financeira do futebol profissional e
amador do clube por 20 anos no final de outubro do ano passado.
Em troca, o Corinthians receberia R$ 26 milhões (R$ 14 milhões à
vista e quatro parcelas semestrais
de R$ 3 milhões) mais participação
nos lucros e o pagamento de parte
da dívida do clube -de R$ 15 milhões, conforme auditoria concluída pelo banco em dezembro.
No total, no período de vigência
do contrato, o banco investiria em
torno de R$ 400 milhões.
O Icatu assumiria também a
obrigação de construir um centro
de treinamento e um estádio de pelo menos 45 mil lugares -exploraria o estádio, mas o devolveria ao
Corinthians no ano 2019.
Em compensação, ficaria com
rendas, receitas de TV e publicidade e até com recursos da venda de
produtos com a marca do clube.
Ao conquistar o título do Campeonato Brasileiro de 98, no entanto, a diretoria do Corinthians quis
rediscutir os valores, alegando
uma supervalorização da marca.
Com a crise cambial em janeiro,
a diretoria do Corinthians passou
a insistir mais ainda na revisão de
valores, tentando reduzir o prazo
da parceria pela metade como forma de compensação pela desvalorização do real em relação ao dólar.
O contrato deveria ser assinado
no dia 27 de janeiro, mas, às vésperas, o Corinthians quis reduzir ainda mais seu tempo de vigência,
passando para cinco anos.
Além disso, o clube não queria
descontar dos R$ 26 milhões receitas antecipadas neste ano de R$
11,3 milhões.
O banco não aceitou a nova proposta corintiana e aguardava uma
contraproposta.
Vendo dificuldades no acordo, a
diretoria do Corinthians já vinha
estudando a possibilidade de criar
fontes alternativas de renda, por
meio, por exemplo, do lançamento
de planos promocionais.
Uma das principais receitas do
Corinthians hoje vem da Batavo,
patrocinadora da camisa, de R$
500 mil mensais -três vezes menos que sua folha de pagamento.
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