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FUTEBOL
Apenas 350 torcedores acompanham primeiro treino da equipe na cidade para o jogo contra Equador
Paulistano faz pouco caso de seleção
FÁBIO VICTOR
da Reportagem Local
Os quase sete anos de separação
parecem não ter sido suficientes
para que o torcedor paulistano
sentisse saudades da seleção brasileira. Ontem, no primeiro treino
realizado pelo time nacional para
o jogo contra o Equador, depois
de amanhã à noite, no Morumbi,
pelas eliminatórias da Copa-2002,
cerca de 350 pessoas estiveram no
estádio do Pacaembu.
O treino era aberto ao público,
com entrada franca, num domingo, mas nem isso, nem a possibilidade de ver estrelas internacionais há muito tempo distantes do
Brasil -como Rivaldo, do Barcelona, tido como o melhor jogador
do mundo hoje-, seduziram a
população de São Paulo.
A torcida que foi ao Pacaembu
não representa nem 1% da lotação do estádio, que tem capacidade para 38 mil pessoas.
Mesmo minguado, o público
manteve a fama de mal-humorado. Impacientes com o atraso do
início do treino (marcado para as
17h, começou às 17h40), os torcedores exigiram com vaias e xingamentos o início da atividade.
Na última vez que jogou em São
Paulo, em 1993, também contra o
Equador, pelas eliminatórias da
Copa-94, a seleção deixou o estádio do Morumbi vaiada, apesar
da vitória por 2 a 0.
Na ocasião, os torcedores pediam a substituição do técnico
Carlos Alberto Parreira, considerado defensivista, por Telê Santana e a entrada do meia são-paulino Palhinha na equipe titular.
"É que o torcedor de São Paulo é
mais apegado aos clubes, não é
muito chegado à seleção", tentou
justificar o estudante Wladimir
Pribernow Romero, 16.
Corintiano, ele disse ter trocado
o jogo do seu time (que ontem enfrentou o Araçatuba, no Canindé)
pelo treino da seleção somente
por motivos financeiros. "Prefiro
muito mais o Corinthians, mas
aqui é de graça."
O gerente de vendas José Mario
de Arruda, 41, que levou o filho
Bruno, 9, para ver a seleção, tinha
outra interpretação.
"O paulistano é mais exigente,
talvez pela facilidade que tem em
ver jogadores da seleção em seus
próprios clubes. Mesmo assim,
acho que o Pacaembu está vazio
hoje porque foi o treino foi pouco
divulgado", disse.
A fria recepção do paulistano
torna-se mais surpreendente
quando comparada à a acolhida
que a seleção tem em outras lugares do Brasil.
Embora o interesse da torcida
seja diretamente proporcional ao
tamanho da cidade (quanto menor a cidade, maior a euforia),
grandes capitais também se empolgam com a seleção.
No último jogo do Brasil em
uma grande capital, contra a Argentina, em Porto Alegre, em setembro do ano passado, milhares
de torcedores compareceram ao
treino da seleção no Beira-Rio
-em plena segunda-feira.
Em algumas cidades, o público
chega a lotar estádios para ver os
treinos do Brasil, além de se aglomerar em aeroportos e portas de
hotéis em busca de autógrafos.
Às 11h de ontem, horário da
apresentação da seleção, não havia ninguém com esse fim no hotel Transamérica (zona sul de São
Paulo), onde a equipe brasileira
está hospedada.
No treino do Pacaembu (basicamente físico), o ex-palmeirense e
ex-corintiano Rivaldo foi o jogador mais festejado, seguido pelo
goleiro corintiano Dida e pelo lateral-direito Cafu, da Roma e ex-palmeirense.
Hoje, também às 17h e novamente de portões abertos, a seleção realiza treino (desta vez técnico e tático) no Morumbi. Amanhã, no mesmo horário, volta a
usar o Pacaembu.
É a primeira vez em muitos
anos que a seleção brasileira faz
em São Paulo a sua preparação
para um jogo na cidade.
Nas últimas vezes que esteve na
capital paulista, a seleção treinou
no Rio ou em Teresópolis, deixando para viajar a São Paulo na
véspera ou antevéspera do jogo.
Foi assim em 93, quando venceu o Equador, e em 1989, quando
goleou a Venezuela por 6 a 0
-ambos pelas eliminatórias.
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