|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
F-1
Falha na Ferrari tira do brasileiro chance de vitória; Coulthard, da McLaren, vence o GP da Inglaterra
Hidráulica prejudica Barrichello
FÁBIO SEIXAS
enviado especial a Silverstone
Um problema hidráulico, idêntico ao que já havia ocorrido em
Interlagos, eliminou ontem Rubens Barrichello do GP da Inglaterra e tirou do brasileiro a melhor chance que já teve de vencer
na Fórmula 1.
Em Silverstone, o circuito que
mais conhece, com uma Ferrari, o
melhor carro que já guiou, o brasileiro largou na pole position e liderou por 33 das 60 voltas.
Na 35ª volta, quando ocupava a
ponta, sua Ferrari subitamente
rodou na curva Luffield, a penúltima antes da reta principal.
Barrichello conseguiu levar o
carro até os boxes, em que os engenheiros concluíram que não
havia condições para continuar.
"O motor estava cortando no
meio das retas. Entrei na curva, o
motor cortou de novo e o carro ficou girando sozinho", disse o piloto. "Eu não tinha mais acelerador, embreagem, nada. Voltei para os boxes só no embalo", completou o piloto brasileiro.
Pelo segundo ano consecutivo,
a vitória em Silverstone foi do escocês David Coulthard, da McLaren. Na segunda colocação, ficou
seu companheiro de equipe, Mika
Hakkinen, seguido por Michael
Schumacher, da Ferrari.
Tempo bom
Depois das chuvas nos treinos
de sexta e sábado, a largada ontem aconteceu com asfalto seco
-nos últimos dias, mais de uma
vez Barrichello havia afirmado
que preferiria correr com pista
molhada, situação em que normalmente consegue vantagem.
Com o Jordan de Heinz-Harald
Frentzen ao seu lado, porém, o
brasileiro não teve dificuldades
nos primeiros metros. Manteve a
ponta e contornou a primeira
curva do circuito na liderança.
Enquanto isso, Schumacher,
que saía em quinto no grid, foi
barrado por Hakkinen, terceiro, e
acabou perdendo três posições.
Na frente, Barrichello estabeleceu uma vantagem de sete décimos de segundo sobre Frentzen.
Tanto o alemão como Coulthard,
terceiro, pouco pressionavam.
Os seis primeiros colocados se
destacaram dos demais e passaram a formar um pelotão à parte.
Schumacher, atrás do BAR de Jacques Villeneuve, não conseguia se
juntar ao grupo.
Sem grandes incidentes e ultrapassagens, a corrida teve pouquíssimas emoções. As 12 primeiras colocações ficaram inalteradas da segunda à 17ª voltas.
As posições do primeiro pelotão só começaram a mudar a partir da 24ª volta, com o início dos
pit stops. Frentzen foi para os boxes, deixando o caminho livre para Coulthard atacar Barrichello.
E foi o que fez o piloto da McLaren. Volta a volta, o escocês reduzia a vantagem do brasileiro, até
fazer a ultrapassagem na 30ª volta, no final da Hangar Straight, a
maior reta de Silverstone.
"Até ali, a corrida estava boa.
Mas os problemas hidráulicos começaram a me atrapalhar e foi
por isso que o Coulthard me ultrapassou", disse Barrichello.
"Me lembrei da ultrapassagem
que o (Nigel) Mansell fez sobre o
(Nelson) Piquet e decidi partir para cima", afirmou Coulthard.
A manobra, no GP da Inglaterra
de 1987, tornou-se um símbolo da
carreira de Mansell. Ontem, Coulthard superou Barrichello exatamente no mesmo ponto.
Três voltas depois, o escocês foi
para os boxes. Barrichello ficou
na pista e reassumiu a ponta. Mais
tarde, revelou que só iria parar na
38ª ou 39ª volta. Não houve, porém, tempo para isso.
Líder, o ferrarista rodou sozinho, foi para a grama encharcada
do circuito e, lentamente, chegou
aos boxes da escuderia.
"É chato pensar que eu tive uma
chance real de vencer a prova e
que, de repente, o carro quebrou.
Fico bem desapontado, porque o
carro já se mostrou vencedor, robusto, e foi quebrar de novo na
minha mão", disse o brasileiro.
Coulthard assumiu novamente
a primeira posição e, sem problemas, venceu seu sétimo GP, quebrando a série de três vitórias de
Schumacher e chegando a segundo no Mundial, atrás do alemão.
Texto Anterior: Futebol - José Geraldo Couto: : Pedrinho teve seu dia de Edílson Próximo Texto: Frases Índice
|