São Paulo, domingo, 24 de abril de 2011

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Holanda paga mais a atleta local

ATLETISMO
Diferença de prêmios em maratona é vista como racista


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Maratona de Utrecht, na Holanda, que acontecerá amanhã, causou polêmica ao anunciar sua premiação. Se o vencedor for holandês, ganhará um prêmio em dinheiro cem vezes maior do que se o primeiro colocado for um atleta estrangeiro.
A organização da prova estabeleceu que o campeão receberá apenas 100 (cerca de R$ 226) como prêmio.
Mas, caso um corredor local seja o primeiro, será pago um bônus adicional de 10 mil (R$ 22,6 mil) "ou mais".
Para a organização, a premiação faz parte do plano de incentivo para desenvolver o atletismo na Holanda.
A medida, porém, foi vista também como discriminatória, já que, nos últimos quatro anos, a prova de Utrecht foi vencida por quenianos.
Devido ao tratamento desigual, a federação de atletismo do país africano incentivou seus atletas a não participarem da corrida holandesa.
"Normalmente, as pessoas são discriminadas por não serem boas. Mas, neste caso, é porque elas são muito boas", declarou Tim Looten, da Art.1, organização holandesa contra a discriminação.
Louran van Keulen, organizador da prova, diz que quer incentivar atletas locais.
"Você quer enviar subsídios e patrocínios para fora do país para comprar uma marca rápida na prova? Não posso mais bancar um tempo rápido", disse Van Keulen, referindo-se ao pagamento de cachês para estrangeiros.
O organizador afirmou ainda que 30 maratonas realizadas na Holanda nos últimos cinco anos tiveram 28 campeões quenianos. "É hora de fazermos algo", disse.
Gert-Jan van Wijk, empresário holandês que vive no Quênia, ofereceu pagar 9.900 em premiação para incentivar os quenianos.
"A Holanda está se voltando para si mesma. Reclamar dos maratonistas quenianos é tornar os holandeses maus perdedores", disse Van Wijk.
A polêmica também chegou ao governo de Ultrecht. Os vereadores criaram um comitê para discutir tratamento igualitário. "É um grande evento de que somos muito orgulhosos, mas agora estamos tristes", disse a vereadora Rinda den Besten.


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