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São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 2003

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FUTEBOL

Fabiano é escalado na vaga de Elano na primeira final da Libertadores

Santistas prometem dar a "outra face" na Argentina

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O Santos vai dar a outra face. Apoiados no preceito bíblico, os campeões brasileiros prometem sofrer calados e não reagir às tradicionais provocações dos argentinos no primeiro jogo da decisão da Libertadores, amanhã, contra o Boca Juniors, em Buenos Aires.
Escaldado por duas "guerras" em finais da Copa Conmebol contra equipes argentinas, na condição de treinador do Atlético-MG (Lanús, em 1997) e do próprio Santos (Rosario Central, em 1998), o técnico Emerson Leão orientou seus jogadores a não reagirem caso sejam alvos de tapas, de cusparadas e de xingamentos.
Nas duas ocasiões, Leão conquistou o título, mas, após a primeira, teve de se submeter a uma cirurgia plástica no rosto devido a uma agressão com uma barra de ferro que sofreu em uma briga.
Por causa desse retrospecto, o técnico decidiu manter o grupo o menor tempo possível na Argentina. O time ficará só 48 horas no país vizinho: viajará hoje à tarde, após treinar pela manhã, e retornará na tarde de quinta-feira.
Os santistas se dizem precavidos contra provocações, mas não negam que, no campo, é difícil controlar o impulso de reagir.
"A gente fica com raiva, mas não adianta dar uma de machos, de valentões, e partir para a briga. Temos de ser inteligentes", afirmou o volante Paulo Almeida.
Para o meia-atacante Diego, o jogador brasileiro é até "mais malandro" que o argentino, mas acaba se colocando em desvantagem nos confrontos quando tenta se igualar ao rival na catimba.
"Com a cabeça quente, a gente acaba perdendo a malandragem. Precisamos entrar em campo só para jogar futebol", afirmou o jogador, experiente no assunto devido aos vários confrontos contra argentinos com as camisas das seleções brasileiras sub-15 a sub-17.
Para o meia Fabiano, confirmado no lugar de Elano, machucado, a provocação é uma arma que os argentinos manejam bem: "Os caras sabem provocar e transformar isso em vantagem. A gente não leva jeito mesmo nesse sentido".
Fábio Costa disse se preocupar menos com os efeitos da "catimba" argentina e mais com as consequências no jogo da volta, na semana que vem, no Morumbi.
Ele afirmou ter assistido aos teipes das últimas partidas da Libertadores em que o Boca decidiu a vaga para a fase seguinte no campo do adversário e percebido que o argentinos tentam forçar expulsões para desfalcar o adversário no jogo seguinte. "Fizeram isso contra o Paysandu e contra o America de Cali e vão tentar o mesmo com a gente, para tirar da decisão jogadores como Robinho e Diego", declarou.
O goleiro prefere não confiar na capacidade de o juiz colombiano Oscar Ruiz conter eventuais práticas antijogo. "Se o Santos for depender de arbitragem para ganhar alguma coisa, está perdido."


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