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FUTEBOL
Fabiano é escalado na vaga de Elano na primeira final da Libertadores
Santistas prometem dar a "outra face" na Argentina
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
O Santos vai dar a outra face.
Apoiados no preceito bíblico, os
campeões brasileiros prometem
sofrer calados e não reagir às tradicionais provocações dos argentinos no primeiro jogo da decisão
da Libertadores, amanhã, contra
o Boca Juniors, em Buenos Aires.
Escaldado por duas "guerras"
em finais da Copa Conmebol contra equipes argentinas, na condição de treinador do Atlético-MG (Lanús, em 1997) e do próprio
Santos (Rosario Central, em
1998), o técnico Emerson Leão
orientou seus jogadores a não reagirem caso sejam alvos de tapas,
de cusparadas e de xingamentos.
Nas duas ocasiões, Leão conquistou o título, mas, após a primeira, teve de se submeter a uma
cirurgia plástica no rosto devido a
uma agressão com uma barra de
ferro que sofreu em uma briga.
Por causa desse retrospecto, o
técnico decidiu manter o grupo o
menor tempo possível na Argentina. O time ficará só 48 horas no
país vizinho: viajará hoje à tarde,
após treinar pela manhã, e retornará na tarde de quinta-feira.
Os santistas se dizem precavidos contra provocações, mas não
negam que, no campo, é difícil
controlar o impulso de reagir.
"A gente fica com raiva, mas
não adianta dar uma de machos,
de valentões, e partir para a briga.
Temos de ser inteligentes", afirmou o volante Paulo Almeida.
Para o meia-atacante Diego, o
jogador brasileiro é até "mais malandro" que o argentino, mas acaba se colocando em desvantagem nos confrontos quando tenta se
igualar ao rival na catimba.
"Com a cabeça quente, a gente
acaba perdendo a malandragem.
Precisamos entrar em campo só
para jogar futebol", afirmou o jogador, experiente no assunto devido aos vários confrontos contra argentinos com as camisas das seleções brasileiras sub-15 a sub-17.
Para o meia Fabiano, confirmado no lugar de Elano, machucado,
a provocação é uma arma que os
argentinos manejam bem: "Os caras sabem provocar e transformar
isso em vantagem. A gente não leva jeito mesmo nesse sentido".
Fábio Costa disse se preocupar
menos com os efeitos da "catimba" argentina e mais com as consequências no jogo da volta, na semana que vem, no Morumbi.
Ele afirmou ter assistido aos teipes das últimas partidas da Libertadores em que o Boca decidiu a
vaga para a fase seguinte no campo do adversário e percebido que
o argentinos tentam forçar expulsões para desfalcar o adversário
no jogo seguinte. "Fizeram isso
contra o Paysandu e contra o
America de Cali e vão tentar o
mesmo com a gente, para tirar da
decisão jogadores como Robinho
e Diego", declarou.
O goleiro prefere não confiar na
capacidade de o juiz colombiano
Oscar Ruiz conter eventuais práticas antijogo. "Se o Santos for depender de arbitragem para ganhar alguma coisa, está perdido."
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