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José Roberto Torero
A escolha de Parreira
Ele será ousado, cauteloso ou cautelosíssimo no próximo jogo?
SE DRUMMOND tivesse
sido um mau poeta e
um medíocre comentarista esportivo, talvez hoje escrevesse: "E
agora, Parreira?/ a festa
começou,/ a luz acendeu,/
o povo gritou,/ o time esquentou,/ e agora, Parreira?/ e agora, Zagallo?/
Seus reservas jogaram/
mais que os titulares./ Vamos escalar os nomes/ ou
os melhores?/ E agora,
Parreira?".
Essa é a pergunta que
todos nos fazemos: "E agora, Parreira, quem você escalará para o próximo jogo?". Não é uma pergunta
fácil, porque, no final das
contas, todos os reservas
que entraram foram melhores que seus titulares:
Cicinho mostrou vigor e
deu nova vida ao ataque. É
claro que deixa espaços,
mas parece valer a pena. A
questão é se Parreira terá
coragem para trocar seu
capitão. Gilberto foi pior
que Roberto Carlos no primeiro tempo, mas melhor
no segundo. Só que Roberto Carlos é titular há dez
anos.
Gilberto Silva foi um
pouco mais eficiente que
Emerson na marcação e
na saída de bola. Mas não é
fácil barrar Emerson, um
dos líderes do time e que já
foi cortado em 2002.
Juninho fez uma partida ótima. Marcou mais à
frente e deu chutes perigosos. Mas Zé Roberto é
titular do time há quatro
anos. Parreira deve hesitar
em trocá-lo, embora pareça o certo. Uma arriscada
segunda opção, neste caso,
seria a entrada de Juninho
no lugar de Kaká. Talvez o
pernambucano se dê melhor ao lado de Ronaldinho do que Kaká. Mas tirar o jogador do Milan,
que foi bem nos dois primeiros jogos, também é
complicado.
E Robinho driblou,
abriu espaços, deu opções
ao time e fez o quarteto
funcionar. Mas Parreira
pode querê-lo apenas para
os segundos tempos.
Resumindo, se nosso
técnico for realmente ousado e corajoso, entra com
o mesmo time que começou a última partida. Se for
um pouco cauteloso, mantém os Gilbertos e Cicinho
como reservas e escala Juninho e Robinho. Se for
muito cauteloso, só promove Robinho. E, se for
cautelosíssimo, entra com
o mesmo time que iniciou
a Copa.
torero@uol.com.br
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