São Paulo, quarta-feira, 24 de junho de 2009

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TÊNIS

Super-Federer


O suíço, como os heróis dos quadrinhos, apanha, cai e sofre, mas sempre reaparece para a próxima batalha

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

QUAL FOI a pior e mais doída derrota de Roger Federer? Há quem diga (ele próprio às vezes cita) aquela diante do peruano Luis Horna na estreia de Roland Garros-03. Virgem em título de Grand Slam, mas top ten, Federer já sofria forte pressão pelo troféu.
Federer tinha 5/3 quando, surfando para chegar na bola, tropeçou e caiu pateticamente, sujando o bumbum e o uniforme. Nervoso, permitiu a virada. Apático, aflito, mas às vezes irritado além da conta, perdeu em três sets, rápido e irreconhecível.
"Não sei quanto tempo levarei para superar a derrota. Um dia? Uma semana? Um ano? Uma carreira inteira?" Frustração que mostrava o quanto a derrota havia marcado.
Outros apontam a derrota para Rafael Nadal em Roland Garros-08.
Ali, esperava-se que Federer, enfim, fechasse o Grand Slam. O que se viu foi um passeio do espanhol: 6/1, 6/3 e 6/0. E Federer calado, cão perdido.
Outra derrota das mais marcantes completa um ano. Em um domingo, já noite, ele via seu maior rival erguer o troféu de Wimbledon.
Quem estava fazendo história era Nadal. A Federer, cabia o papel de coadjuvante. Tantas vezes vitorioso naquele quintal, parecia enxotado do posto de campeão, um velho perdedor que abria caminho para um jovem, inédito e promissor tenista.
À parte a primeira das derrotas, Federer não perdeu para qualquer um. Nadal mostrou que potencial não lhe faltava: Roland Garros, Wimbledon, e o topo do ranking, a Olimpíada, o Aberto da Austrália...
Mas, a cada uma das suas quedas, Federer soube se levantar. De tanto insistir, finalmente faturou Roland Garros -e se Nadal não chegou à final, oras, que culpa ele tem?
Agora, um ano depois da noite histórica em Wimbledon, Federer está de volta, talvez em seu melhor momento, enquanto Nadal sofre e faz careta com dores que, em seu auge, o tiram de um Grand Slam.
Como os super-heróis, Federer apanha, cai e sofre, mas sempre aparece para a próxima luta -alguém discorda de que ele, mais do que ninguém, tem tudo para dar a volta por cima também em Wimbledon?

EM BELÉM
Maria Fernanda Alves, a Nanda Alves, levou o título do future. Foi o primeiro troféu em quatro anos da ex-número um do país. Na final, duplo 6/3 sobre Natália Rossi.

EM BRASÍLIA
Leonardo Kirche foi o campeão do Future no DF. Na final, bateu Marcelo Demoliner de virada, por 2 a 1.

EM CAMPINAS
Rafael Rondino, Gabriela Cé (18 anos), Thiago Monteiro, Marina Danzini (16), João Walendowsky, Jordana Peres (14), Pietro Silva e Júlia Gomide (12) foram os campeões da terceira etapa da Credicard MasterCard Junior's Cup.

reandaku@uol.com.br


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